<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, junho 30, 2005

Índice de hoje 

- A luta pela libertação dos PALOP - apoio da URSS/Rússia (Pravda, Moscovo)
- Cambio político en Oriente Medio (La Vanguardia, Barcelona)
- Nova revolução islâmica a caminho (Jornal do Brasil, Rio)
- Fuerte disputa europea sobre Turquía (La Vanguardia, Barcelona)
- Europa necesita adaptarse a surgimiento de China y la India, dice economista (Xinhua, Pequim)

A luta pela libertação dos PALOP - apoio da URSS/Rúsia 

Pravda (Moscovo)
por Tó Bragança

O Colóquio “Da Luta Clandestina à proclamação da Independência Nacional: memórias de um passado que se faz presente» realizado, em Maio, no Palácio dos Congressos, sede do Parlamento Angolano, em Luanda, evidenciou claramente que é chegada a hora de se assumir sem tabús as várias facetas da História recente dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Com essa atitude, poder-se-á proporcionar às futuras gerações um conhecimento tão real quanto possível da História dos seus povos e países.

O fórum, em que tive o privilégio de participar, concluiu ser necessário empreender contactos com entidades dos países que apoiaram os movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas com vista a realização de missões de pesquisa e recolha de documentos e recomendou que se deve acelerar e aprofundar o intercâmbio de informações e experiências que conduzam a criação do Arquivo dos PALOP, cujo objectivo é preservar as diferentes fontes que constituem memórias das lutas pela libertação.

A propósito das lutas pela libertação dos PALOP, decidi intervir no colóquio, exactamente no painel «O Exterior e a Luta de Libertação Nacional».

Fi-lo para recordar o apoio prestado à luta pela libertação dos PALOP pelas forças progressistas e o papel desenvolvido pela antiga União Soviética para que a ONU adoptasse, na década de 60 do Século XX, a declaração Sobre a “Concessão de Independência aos Países e Povos Colonizados”.

Com efeito, várias foram as referências que fiz a uma comunicação do prestigiado historiador russo Vladimir Guennadievitch Shubin, apresentada na conferência científico-prática alusiva ao Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, organizada em Abril último, em Moscovo, pela Embaixada da República de Angola na Federação da Rússia.

Vladimir Shubin que é o Director Adjunto do Instituto África da Academia de Ciências da Rússia revelou episódios pouco conhecidos da História das relações entre Angola e a ex-URSS e enalteceu a forma como os angolanos, senhores do seu próprio destino, tomaram decisões históricas, apontando como exemplos o início da luta armada de libertação nacional, em 4 de Fevereiro de 1961, e a conquista da Paz, em 4 de Abril de 2002.

Após a acção heróica de 4 de Fevereiro de 1961, a ex-URSS e outros países, assim como várias forças políticas do mundo tiveram que assumir uma atitude para com as guerras anti-coloniais que surgiram em África.

As memórias de Piotr Nikitovitch Evsiukov ilustram bem a forma como a ex-URSS materializava a sua política em relação a Angola e outras colónias portuguesas.

E isso decorre do trabalho desenvolvido por Evsiukov na qualidade de responsável do Departamento Internacional do Comité Central (CC) do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), no âmbito do qual lidou, durante quase 15 anos, com as questões atinentes a ajuda de Moscovo aos movimentos de libertação das colónias portuguesas (sobretudo se tivermos em conta o facto de os investigadores não terem, até ao momento acesso aos documentos mais importantes daquela época).

No seio dos dirigentes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, Evsiukov era conhecido como “Camarada Pedro”.

Em 1961 -revela Evsiukov- o Departamento Internacional do CC do PCUS sabia da existência do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) com base nas informações provenientes de várias fontes, principalmente da imprensa, muito embora Portugal tentasse, a todo o custo, esconder a informação acerca dos acontecimentos em Luanda.

Mário Pinto de Andrade que na altura desempenhava as funções de Presidente do MPLA e Viriato da Cruz, Secretário-Geral daquela organização, foram os primeiros a solicitar “convite” para se deslocarem a Moscovo no segundo semestre de 1961.

A visita efectuou-se já após o início da luta armada em Angola, tendo sido tomada uma “decisão importante que visava prestar ajuda multilateral à aquela organização”.

Passados alguns meses, António Agostinho Neto que na altura estava sob prisão domiciliária em Portugal, conseguiu sair daquele país e logo a seguir deslocou-se a Moscovo.

“As conversações, que travámos com ele, foram um êxito” –pontualiza o “Camarada Pedro” nas suas memórias.

Foi assim que começou a história das relações entre Moscovo e o MPLA e o envolvimento da URSS, inicialmente de modo indirecto e, em seguida, de forma directa nos assuntos de Angola, inclusive na área militar.

Simultaneamente, outros países socialistas e vários Estados africanos, quer directamente, quer através do Comité de Libertação da Organização da Unidade Africana (OUA), os partidos de esquerda e as organizações não-governamentais dos países Ocidentais começaram a apoiar a luta anti-colonail em Angola.

Na segunda metade dos anos 60, paralelamente aos Comités de Solidariedade que existiam nos países do Leste europeu, em alguns países da Europa Ocidental começam a ser criados Comités de Apoio à Luta de Libertação em Angola e noutros Países Africanos.

Assim, na Grã-Bretanha existia um comité muito activo, o Comité para a Libertação de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau encabeçado por Basil Davidson, ilustre africanista britânico e pelo Lorde Anthony Gifford, que na época era ainda muito jovem e que era tratado pelos soviéticos, meio a brincar, “Camarada Lorde” ou “Lorde Camarada”. Aqueles comités “ocidentais” passaram a realizar conferências, por vezes durante as férias de Páscoa, dado que muitos dos seus membros eram estudantes.

A partir de certa altura, os representantes dos comités dos “países do Leste” também passaram a ser convidados para aquelas reuniões.

O evento que teve maior impacto para o desenrolar do forte movimento de solidariedade para com a luta anti-colonial foi a Conferência Internacional de Apoio aos Povos das Colónias Portuguesas que decorreu em Roma, de 27 a 29 de Junho de 1970.

Aliás, no seu discurso na Conferência de Solidariedade em Roma, Agostinho Neto disse claramente: “Estamos certos de que Roma raiará uma etapa nova na conquista de apoio moral, político e material do qual o nosso povo tem necessidade”.

Importa sublinhar que o “Camarada Pedro”, o renomado jurista Igor Pavlinovitch Blichenko e o próprio Vladmir Guennadievitch Shubin integraram a delegação soviética chefiada pelo então Director do Instituto África da Academia de Ciências da URSS e vice-presidente do Comité Soviético da Organização de Solidariedade Afro-Asiática, Vassili Grigorievitch Solodovnikov.

Evsiukov qualificou a Conferência de Roma como um golpe demolidor ao colonialismo português, tecendo os seguintes argumentos:

- Em primeiro, a política de Portugal, país membro da OTAN, foi severamente criticada.

- Em segundo, participaram na conferência Agostinho Neto, do MPLA, Amílcar Cabral, do PAIGC e Marcelino dos Santos, da FRELIMO, que foram recebidos em audiência, no Vaticano, pelo Papa Paulo VI.

“Foi um choque para o ditador de Portugal, Salazar, e para a ala portuguesa da Igreja Católica que apoiava a guerra dos colonizadores nas colónias”, escreve P.N. Evsiukov.

As autoridades portuguesas, a Igreja Católica e a imprensa portuguesa criticaram severamente o Papa por este passo que, na realidade, significava o reconhecimento da legitimidade da luta dos povos colonizados pela independência.

E Neto sentenciava no seu discurso em Roma: “Escorraçado por toda a parte, cada vez mais isolado na arena internacional, o Portugal colonialista irá ter dificuldades em evitar a catástrofe se continuar a recusar ouvir a voz da razão”.

Entretanto, o impacto da conferência de Roma em que participaram representantes de 177 organizações nacionais e internacionais e, em especial, da audiência no Vaticano fez-se sentir não só nos países católicos.

Assim, logo depois do grande evento de Roma, Agostinho Neto foi convidado a visitar, pela primeira vez, a Suécia.

O convite foi endereçado pelo Partido Social Democrático (PSDS) no poder que fez-se representar na Conferência de Roma por Pierre Chauris, responsável pelas Relações Internacionais.

Além das conversações políticas com a direcção do PSDS e com responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Agostinho Neto teve uma entrevista na Agência para o Desenvolvimento Internacional da Suécia (ASDI).

Com base nas conversações, a ASDI, submeteu, pela primeira vez, ao governo sueco uma proposta no sentido de se conceder apoio material ao MPLA, destinado aos sectores da educação e da saúde.

Em Março de 1971, a ASDI garantiu ao MPLA financiamento no montante de 500 mil coroas suecas destinado aos referidos sectores e para a aquisição de meios de transporte.

Ficou, assim, marcado o início do apoio dos países escandinavos a luta pela Independência de Angola.

Voltemos a Conferência de Roma. A mesma teve ainda outra consequência. Antes da sua realização, praticamente todas as informações relativas à ajuda soviética aos combatentes pela liberdade de Angola e de outros países de África, mesmo a meramente humanitária eram ocultadas à opinião pública, tanto na URSS como no ocidente.

Somente depois do regresso de Roma, Vassili G. Solodovnikov recebeu a “bênção” do director adjunto do Departamento Internacional do CC do PCUS, Rostilav Aleksandrovitch Ulianovski, para “revelar” numa entrevista ao “Pravda”, o principal jornal soviético, que Moscovo estava a fornecer armas, transportes, meios de comunicação, equipamentos, fardamentos e outros materiais indispensáveis para o êxito da luta dos combatentes pela liberdade contra os colonizadores.

Na entrevista anunciou, também, que a URSS estava a formar especialistas militares e civis dos Movimentos de Libertação.

Não constitui exagero afirmar que Solodvnikov tinha todo o direito moral para fazer tal revelação dado que a 31 de Julho de 1963, na reunião do Conselho de Segurança da ONU, foi ele que, na qualidade de representante da União Soviética, votou pela adopção da Resolução que exigia a Portugal a concessão imediata da independência às suas colónias, ao contrário de muitos delegados ocidentais que se abstiveram na votação.

A ajuda de Moscovo foi muito variada. O “Camarada Pedro” recorda um caso curioso. Em situações de emergência, os dirigentes dos movimentos de libertação que o conheciam sob o pseudónimo de “Pedro Dias” e sabiam o número da sua Caixa Postal, enviavam-lhe cartas por correio internacional normal.

Certo dia, recebeu uma missiva do Presidente do MPLA em que ele “queixava-se da carência de munições para a pistola ”TT”, pedindo um envio urgente das mesmas. A delicadeza da situação consistiu no facto de que o líder do MPLA em jeito de confirmação e autenticidade do pedido e para evitar eventual erro colocou no envelope um cartucho. Talvez, este tenha sido o único caso em toda a história do serviço postal”.

Além de outras formas de apoio, aos movimentos de libertação era, também, prestada ajuda puramente financeira.

Por exemplo, conforme os dados de arquivo, em 1963, ao MPLA foram concedidos 50 mil dólares.

Até 1973, isto é, numa década, o financiamento cifrou-se em 220 mil dólares (contra 150 mil dólares para o movimento de Libertação da Guiné-Bissau e das Ilhas de Cabo Verde e 85 mil dólares para a Frente de Libertação de Moçambique).

O financiamento era concedido através do “Fundo Sindical Internacional de Apoio as Organizações Operárias de Esquerda”.

Aquele fundo que formalmente funcionava junto do Conselho dos Sindicatos da Roménia, foi criado em Julho de 1950 por iniciativa da Comissão Política Externa do VKP(b), antecessora do Departamento Internacional do CC do PCUS, com o objectivo de prestar ajuda material “aos partidos de esquerda estrangeiros, organizações operárias e cívicas, sujeitas a perseguições e repressões”.

Quanto ao “ouro do Kremlin”, existiram muitos boatos. Porém, mesmo que Moscovo tivesse liderado, inicialmente, a distribuição dos recursos do Fundo Sindical, apenas metade das quotas era de origem soviética, sendo a restante formada por recursos provenientes da China, Checoslováquia, Roménia, Polónia, Hungria e da República Democrática Alemã (RDA).

Mais tarde, em 1958, a Bulgária aderiu ao Fundo. Por outro lado, em 1962, na época da “Cisão” sino-soviética, os chineses deixaram de conceder o seu apoio ao Fundo.

Embora a orientação marxista de certos movimentos de libertação fosse saudada por Moscovo, a adesão ao marxismo não era considerada uma condição preliminar para a prestação da ajuda.

Vladimir Shubin cita uma recomendação de Rostilav A. Ulianovski à delegação soviética que participou na famosa Conferência de Roma: “Não devemos insistir em lealdade ideológica dos movimentos de libertação”.

E do lado dos movimentos de libertação a posição era de inteira independência tal como fez questão de sublinhar Agostinho Neto na Conferência de Roma: “Na nossa luta sem desfalecimentos através de numerosas dificuldades de toda espécie, nós mantivemos sempre uma atitude de independência que nos é imposta pelos interesses supremos do nosso povo. Esta atitude queremo-la compreendida por todos os nossos amigos sinceros”.

À guisa de conclusão, tal como fiz no colóquio, rendo especial homenagem ao destacado dirigente nacionalista, invicto combatente pelas independências dos PALOP, Marcelino dos Santos, grande companheiro de luta de Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Eduardo Mondlane e Samora Machel.

Marcelino dos Santos participou no colóquio onde prestou um depoimento historicamente interessante, tendo terminado com a seguinte afirmação: «enquanto houver uma revolução por refazer, não há tempo para morrer».
Bem Haja!

Referências Bibliográficas

- Colóquio “Da Luta Clandestina à Proclamação da Independência Nacional: Memórias de um Passado que se Faz Presente”. Conclusões Finais. Luanda, 10 de Maio de 2005.
- Neto, Agostinho. Conferência de Solidariedade em Roma, 1970. Textos Políticos Escolhidos. Edições DIP – 1987.
- Shubin, Vladimir Guennadievitch. “O Papel Decisivo das Forças Progressistas na Luta de Libertação de Angola e a Influência da URSS na Defesa das Conquistas do Povo Angolano na Arena Internacional”. Moscovo, 6/4/2005.
- Dos Santos, Marcelino. Depoimento no Colóquio “Da Luta Clandestina à Proclamação da Independência Nacional: Memórias de um Passado que se Faz Presente”. Luanda, 09/05/05.
- Embaixada da República de Angola na Federação da Rússia. Nota de Imprensa. Moscovo Acolhe Conferência Científico-Prática Alusiva ao Dia da Paz. Moscovo, Abril de 2005.

* TÓ BRAGANÇA é o Adido de Imprensa e Cultura da Embaixada da República de Angola na Federação da Rússia. Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Jornalismo da Escola Superior Político-Militar de Lvov (República da Ucrânia), Graduado em Ciências Políticas pela Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Marxista-Leninista de Lvov (Ucrânia) e Licenciado em Direito, com distinção, pela Universidade Estatal Aberta de Moscovo.

Cambio político en Oriente Medio 

La Vanguardia (Barcelona)
por KENNETH W. STEIN

En los últimos seis meses, se ha generado una enorme expectativa acerca de la inminencia de una revolución naranja o una primavera democrática en Oriente Medio. La muerte de Arafat, la caída de Saddam Hussein, las acciones de los reformistas de la sociedad civil, el apasionado apoyo de los articulistas especializados en Oriente Medio y el persistente aliento externo, ante todo de Estados Unidos, se han convertido en poderosos catalizadores del cambio. Han sido numerosas las esperanzas surgidas a medida que los palestinos, los iraquíes, los saudíes, los libaneses y los iraníes convocaban una serie de elecciones presidenciales, parlamentarias y municipales. En Egipto un referéndum ha permitido ampliar el número de candidatos que podrán presentarse a las elecciones presidenciales previstas para después del verano. La retirada siria del Líbano en el mes de mayo y la retirada israelí de la franja de Gaza prevista para agosto crean el marco para la eliminación de una buena parte de la influencia extranjera que ha obstaculizado la evolución de una verdadera autodeterminación. Ha surgido una sincera coincidencia de propósitos para cambiar unos sistemas políticos autocráticos por formas de gobierno más democráticas.

Por desgracia, sigue habiendo una enorme diferencia entre esperar, escribir o propugnar el cambio por un lado y verlo producirse en Oriente Medio por otro. Alterar una cultura política es una tarea enorme y larga. El cambio político se produce a un ritmo geológico; quienes ocupan el poder rara vez lo ceden de forma voluntaria. Pasar de la autocracia a la democracia no sólo requiere valentía por parte de los de arriba, sino también preparación por parte de los de abajo.

Y, sobre todo, requiere una creencia compartida de que todas las opiniones tienen valor, de que mientras la mayoría gobierna, los derechos de las minorías son protegidos, no pisoteados ni eliminados por medio de un coche bomba.

Seamos sinceros, la práctica del pluralismo no se encuentra en la estructura genética de la mayoría de gobiernos musulmanes de Oriente Medio. Incluso cuando son inclusivas y reñidas, las elecciones no garantizan la libertad ni el cambio políticos. Fueron los clérigos iraníes los que decidieron quién podía presentarse a las elecciones presidenciales. Fue el control exclusivo del partido gubernamental Al Fatah el que decidió quién podía ser candidato en las elecciones presidenciales de enero del presente año 2005. El presidente egipcio Mubarak dice que abre el sistema de elecciones presidenciales a quienes deseen participar, pero es su Partido Democrático Nacional el que decide la idoneidad de un candidato. ¿Cómo pueden los defensores de la sociedad civil competir con éxito desde sus oficinas y despachos con la inmensa red de mezquitas extendidas por todo Oriente Medio, mejor financiadas, mejor organizadas, más receptivas y con una ideología muy arraigada?

Las esperanzas de un cambio rápido no pueden ser satisfechas. La modificación de los sistemas políticos no se produce con la velocidad ni la eficacia que solemos encontrar cuando retiramos dinero de un cajero automático o en un restaurante de comida rápida. El establecimiento de calendarios y resultados previstos es algo oportuno en el caso un negocio o de inversores acostumbrados a los informes trimestrales, pero no tiene validez en el caso del cambio político. En realidad, el establecimiento de calendarios fijos para el logro de niveles políticos específicos es una insensatez. Un buen ejemplo son las elecciones parlamentarias palestinas fijadas para julio y luego aplazadas. En Iraq, el Gobierno provisional adoptó un calendario según el cual la constitución debía aprobarse el 15 de agosto, pero las posibilidades de satisfacer ese plazo son actualmente remotas. La insurgencia mata en Iraq todos los días a miembros de las fuerzas de la coalición, por lo que es una posibilidad real que la redacción de la constitución se prorrogue seis. Ello retrasaría las elecciones del 15 de diciembre previstas para ratificar esa constitución que aún estar por escribir. Cuando las fuerzas de seguridad iraquíes puedan controlar su país y el proceso político esté en marcha, las fuerzas extranjeras deberán abandonar el país. El hecho de llegar a esa coyuntura no implicará que el derrocamiento de Saddam Hussein haya sido un éxito. El éxito vendrá determinado en las próximas décadas cuando veamos que los iraquíes y Oriente Medio están mejor que cuando gobernaba Saddam.

En tercer lugar, las transiciones desde largos perIodos de autoritarismo a un sistema más pluralista requieren tiempo y son políticamente inestables. Además, las democracias son difíciles de organizar y algo caóticas. Después de mil años de Gobierno suní, los chiíes están hoy en el poder en Iraq. Cada grupo necesita tiempo para adaptarse al nuevo statu quo. Los suníes se preguntan si deben boicotear el proceso político o participar en él. Los chiíes tienen que decidir si pueden olvidar con facilidad las represalias políticas o físicas por haber sido reprimidos durante siglos. Por ahora la respuesta es no.

En Líbano, las elecciones parlamentarias de junio han puesto de manifiesto un consenso contra la hegemonía siria, pero también han reafirmado el confesionalismo del país. Una "democracia virtual se está representando en la escena mediática libanesa... carece de toda sustancia real", escribió hace poco un editorial del periódico libanés Daily Star. Para que Líbano abandone el amiguismo, la corrupción, los considerables costes de la seguridad social, los constantes cortes eléctricos, los monopolios y las milicias armadas, sus dirigentes tienen que encontrar soluciones para el país y no dedicarse proteger sus intereses sectarios. Eso requiere compromiso, no sólo beber vino viejo en botellas nuevas. Los sistemas políticos de Oriente Medio se tambalean también por el papel dominante desempeñado por los órganos militares y de seguridad interna. Se necesita menos gasto en la protección del régimen. En términos más generales, es demasiado frecuente la disposición al uso de la fuerza y la violencia para solucionar problemas. En Líbano se han producido tres importantes asesinatos desde febrero. La nueva dirección política palestina aún tiene que enfrentarse al desorden palestino; no se trata sólo del desarme de los grupos militantes que desean combatir a Israel, sino de la erradicación de las calles palestinas de matones, bandas, secuestradores y extorsionistas. Y en Iraq los civiles iraquíes sufren a diario los estragos de los coches bomba, los asesinatos y los secuestros. Y mientras eso ocurre, los dirigentes árabes permanecen en silencio, casi imperturbables ante el uso habitual de la violencia que genera un clima de miedo y escepticismo en la mente de la población. Las democracias no funcionan cuando la bota del Gobierno aplasta el cuello de la población.

Por último, existe una diferencia en el significado de la palabra reforma. Para la Unión Europea y Estados Unidos, entre otros, la reforma significa instituir la democracia, permitir el florecimiento de la libre empresa y alentar el pluralismo. Sin embargo, para muchos en Oriente Medio, la reforma significa deshacerse de unos gobiernos de autócratas que han robado el dinero público. El tema que conecta las aspiraciones de la población en Irán, Egipto, Líbano, Iraq, Siria, Arabia Saudí y los territorios palestinos es la esperanza de acabar con la corrupción y la autocracia y de lograr que el pueblo tenga un mayor acceso a la riqueza. Eso mismo fue lo que proclamó en la década de 1950 el presidente egipcio Nasser cuando derrocó con un golpe militar la corrupta monarquía. Lo que en realidad hizo fue destrozar la economía egipcia. Jomeini y sus clérigos derribaron al sha, en parte debido a sus desmedidos gastos militares y de autopromoción, ¿y qué éxitos es capaz de mostrar ahora Irán tras un cuarto de siglo de dominio clerical? La elección de un reformista que quiere reformar el liberalismo que se ha introducido en la sociedad iraní y devolver el reloj a la etapa de Jomeini. No olvidemos que el actual presidente electo de Irán fue uno de los estudiantes que ocupó la embajada estadounidense y mantuvo rehenes durante 444 días. La elección de ideólogos puede conllevar cambios en la cumbre del poder, pero no garantiza el final de la corrupción ni un avance en la ruta del pluralismo.

* KENNETH W. STEIN, profesor de Historia de Oriente Medio y de Ciencia Política de la Universidad de Emory, Atlanta (Estados Unidos)
Traducción: Juan Gabriel López Guix.

Fuerte disputa europea sobre Turquía 

La Vanguardia (Barcelona)
por FERNANDO GARCÍA, Corresponsal BRUSELAS

Bruselas vivió ayer dos fuertes tormentas. Una, con rayos y truenos de los de verdad, puso fin o al menos interrumpió unas horas la sorprendente canícula veraniega de Bélgica. La otra, transcurrida bajo techo, dio inicio a la que se promete como una de las más tempestuosas disputas dentro de la Unión Europea. Esta última tormenta, descrita oficialmente como una "larga discusión, muy argumental y muy política", la protagonizaron los veinticinco miembros del Ejecutivo comunitario antes de aprobar el "estricto" marco para las negociaciones de adhesión que la UE prevé abrir el 3 de octubre con el Gobierno turco. Un grupo de comisarios cuestionó el pleno ingreso del país euroasiático y, haciéndose eco de unos recelos especialmente persistentes tras el no de Francia y Holanda a la Constitución, propuso la alternativa de una "asociación privilegiada" con la Unión.

La propuesta finalmente adoptada por la Comisión, que los gobiernos de los Veinticinco habrán de aprobar o retocar por unanimidad antes de octubre, no introduce novedades sustanciales respecto a las directrices generales que los líderes europeos acordaron en diciembre, cuando dieron el paso de ofrecer a Ankara esa fecha de arranque. "El objetivo compartido de las negociaprimero, ciones es la integración" de Turquía. Pero será "un proceso abierto cuyo desenlace no puede garantizarse a priori", señala la propuesta para el que, según el comisario de Ampliación, Ollie Rehn, será el marco negociador "más estricto" de todos los elaborados con vistas a una adhesión. Las conversaciones "se basarán en los propios méritos de Turquía, y dependerán de sus progresos en el cumplimiento de los criterios de Copenhague" (requisitos políticos y económicos), añade el texto.

"Será un largo y difícil camino", subrayó Rehn. Será efectivamente largo porque, tal como establecieron los líderes en diciembre y la Comisión confirmó ayer, el diálogo no podrá concluir antes del 2014; y será asimismo difícil en cuanto que: los Veinticinco podrán suspenderlo por acuerdo mayoritario si aprecian que Turquía incurre en graves y persistentes violaciones de derechos y libertades; segundo, porque la negociación se dividirá en 35 capítulos cuya apertura y cierre individualizados dependerá a su vez del cumplimiento de una serie de indicadores que el Consejo aprobará por unanimidad; tercero, porque el ingreso podrá salpicarse con periodos de transición, derogaciones especiales o cláusulas de salvaguarda para frenar la libre circulación de personas, es decir, la entrada de turcos en el resto de los países socios, o para condicionar la aplicación de las políticas estructurales o agrarias (el grueso de los fondos comunitarios) en el nuevo socio. Ankara deberá además reconocer plenamente al Gobierno grecochipriota -se espera que lo haga en verano- y contribuir a la reunificación de la isla.

Con todo, la confirmación de que el objetivo inicial de las negociaciones es la entrada de Turquía en el club representa un triunfo de la que ayer se confirmó como una mayoría de comisarios relativamente benévolos. Frente a ellos, la luxemburguesa Viviane Reding (Información), la austriaca Benita Ferrero (Exteriores), el irlandés Charlie McCreevy (Mercado Interior) y el eslovaco Jan Figel (Educación) cuestionaron la oportunidad de dar vía libre sin más a las conversaciones con Ankara y apuntaron la posibilidad de marcar como meta una relación fuerte, en vez del ingreso.

No estuvieron solos. Mientras Rehn decía no tener motivos para dudar de que los Veinticinco "cumplirán su palabra" de abrir el proceso negociador el 3 de octubre, la ministra francesa de Asuntos Europeos, Catherine Colonna, lo pintaba de otra forma al advertir de que París mantendrá una actitud "particularmente vigilante" sobre el respeto de los compromisos por parte de los candidatos a entrar en la UE. Tras referirse al peso que el rechazo a la ampliación pudo tener en el no a la Constitución, Colonna afirmó que a partir de ahora habrá que atender mejor este tipo de inquietudes ciudadanas "aunque sean infundadas".

El democristiano alemán Elmar Brok, destacado eurodiputado del Partido Popular Europeo, no se anduvo por las ramas y dijo sencillamente que confía en que algún socio frene la propuesta de Bruselas, pues le parece "peligroso" dar a Turquía una perspectiva de plena integración.

Para calmar y en lo posible convencer al público europeo de las bondades de ésta y otras adhesiones, Bruselas lanzó ayer una iniciativa de "diálogo en la sociedad civil" que prevé destinar 40 millones de euros a los colectivos ciudadanos, sindicales y religiosos que fomenten el acercamiento social y cultural entre países socios y candidatos.

Europa necesita adaptarse a surgimiento de China y la India, dice economista 

Xinhua (Pequim)

SINGAPUR, 29 jun (Xinhuanet) -- Europa necesita adaptarse al surgimiento de China y de la India, que representan enormes retos y grandes oportunidades, comentó hoy Peter Stephens, director de Comunicaciones Regionales de la Región del Oriente de Asia y el Pacífico del Banco Mundial.

Al hablar en un evento organizado por la Cámara de Industria y Comercio de Singapur-Alemania, Stephens señaló que se han registrado nortables cambios en Asia en años recientes, especialmente en China y la India.

Mencionó que el surgimiento de China y de la India ha forzado a los países miembros de la Asociación de Naciones del Sudeste Asiático (ANSEA) a unirse e iniciar un diálogo sobre cooperación con los dos países, un proceso atractivo para Australia y Nueva Zelanda también.

Citando la reestructura económica que el gobierno de Singapur decidió aplicar hace unos cuatro años como un buen ejemplo, Stephens dijo que considera que los países europeos necesitan reconocer, dar la bienvenida y avanzar hacia la realidad, aunque las dificultades son inevitables.

Respecto a las actuales disputas sobre textiles y zapatos entre China y la Unión Europea así como con Estados Unidos, Stephens indicó que medidas como la aplicación de aranceles proteccionistas no son eficaces como la gente piensa. Fin

Nova revolução islâmica a caminho 

Jornal do Brasil (Rio)

TEERÃ - Enquanto o presidente americano, George Bush, assumiu seu segundo mandato pregando a expansão da democracia americana pelo Oriente Médio, o presidente eleito do Irã, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, previu ontem que a comoção gerada por sua eleição colocará em marcha a resposta, uma ''nova revolução islâmica'', que ''em breve alcançará o mundo inteiro''.

- Isso está acontecendo graças ao sangue dos mártires e à revolução de 1384 [o ano atual no calendário iraniano]que, se Deus quiser, extirpará a injustiça do mundo - afirmou o governante eleito na sexta-feira passada, durante uma reunião com as famílias das vítimas de um atentado realizado em 1981, segundo a agência oficial Irna. - A era da opressão, do regime hegemônico, da tirania e da injustiça terminou. Em uma noite, os mártires percorreram um caminho de 100 anos - acrescentou, em alusão aos EUA.

O passional discurso lembrou os primeiros anos da Revolução, cuja ''pureza'' foi louvada por Ahmadinejad, que adotou uma posição que causa inquietude nos países ocidentais.

Há anos a República Islâmica renunciara às iniciativas para exportar sua revolução, que contribuíram para que muitas nações, inclusive árabes, apoiassem Saddam Hussein durante a guerra entre o Irã e o Iraque (1980-1988).

Coincidentemente, na noite anterior às declarações de Ahmadinejad, Javier Solana, o alto representante da União Européia para a política externa, disse que pretendia aguardar para ver o que vai acontecer antes de julgar o novo governo de Teerã, mas insistiu que o posicionamento do bloco europeu em relação ao país é claro:

- Faço questão de destacar a importância que a União Européia atribui às reformas políticas e econômicas do Irã, bem como aos progressos alcançados em áreas como direitos humanos, não-proliferação de armas nucleares e de combate ao terrorismo. Tal progresso é necessário para as relações Teerã-Bruxelas, inclusive para que negociações comerciais e acordos de cooperação alcancem todo o seu potencial - disse Solana. - Nada fora desses termos será aceito. Temos que esperar para ver como a nova liderança reagirá a essas idéias.

No domingo, na primeira entrevista coletiva depois do pleito, Ahmadinejad havia tentado acalmar a comunidade internacional, prometendo um governo ''moderado'':

- Não haverá lugar para o extremismo - afirmou na ocasião.

O discurso de ontem, no entanto, assumiu um claro viés revolucionário. Ahmadinejad fez o pronunciamento a parentes das vítimas de um atentado que deixou mais de 70 mortos, entre eles o chefe de Justiça, o aiatolá Mohamed Hosseini Beheshti, dezenas de deputados e vários ministros, na sede do Partido da República Islâmica, em 28 de junho de 1981. O ataque, atribuído ao grupo Mujahedins do Povo, foi um dos episódios que motivaram a fundação da República Islâmica. Dias depois do incidente, em 30 de agosto, o presidente Mohamed Ali Rejaie e seu primeiro-ministro, Mohamad Javad Bahonar, foram assassinados em outra ação terrorista. Durante sua campanha, Ahmadinejad, o primeiro laico a chegar à Presidência desde Rejaie, disse várias vezes que pretende seguir o exemplo do governante assassinado, que gozava de uma reputação de integridade e simplicidade.

A polêmica declaração foi feita no mesmo dia que o Conselho dos Guardiães, instituição ultraconservadora que supervisiona o processo eleitoral, ratificou o resultado do pleito - marcado por denúncias de fraude.

- Não recebemos qualquer recurso oficial - alegou o chefe do Conselho, o aiatolá Ahmad Janati, ao ministério do Interior.

Com isso, o presidente eleito assumirá o cargo no dia 3 de agosto e já começou as consultas para formar seu governo.

- Quero pessoas competentes e fortes - disse, sem fornecer mais detalhes.

quarta-feira, junho 29, 2005

Índice de hoje 

- Fé católica resumida por Bento XVI (Diário de Notícias, Lisboa)
- El BNG ya avisa al PSOE que Galicia «no saldrá barata»: pide ser una nación y 21.000 millones (ABC, Madrid)
- Bush rameute ses troupes (Le Soir, Bruxelas)

Fé católica resumida por Bento XVI 

Diário de Notícias (Lisboa)
por Manuela Paixão, correspondente em Roma

O Papa Bento XVI apresentou ontem no Vaticano um "Compêndio" que resume toda a doutrina oficial presente no volumoso Catecismo da Igreja Católica. Trata-se de uma edição para uso catequético, feito na base de perguntas e respostas, organizada sob a orientação do próprio cardeal Joseph Ratzinger, quando ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, a pedido do Papa João Paulo II.

A tarefa foi iniciada em 2003, envolta em alguma polémica. O movimento catequético pós-conciliar, sobretudo na Alemanha - de onde Bento XVI é originário - avisou que um catecismo, sendo demasiado doutrinal, seria um impedimento ao necessário diálogo com o homem de hoje. Questionado, na altura, sobre este assunto, Ratzinger respondeu "Para dialogar bem, é necessário saber do que devemos falar. É necessário conhecer a substância da nossa fé. Por isso, hoje um catecismo é mais necessário do que nunca." E acrescentou: "Sem querer condenar ninguém, é evidente que a ignorância religiosa é enorme; basta falar com as novas gerações. No pós-Concílio, evidentemente, não se conseguiu transmitir os conteúdos da fé cristã."

A cerimónia de apresentação do "Compêndio", fruto de três anos de trabalho de uma comissão de especialistas, decorreu ontem na sala Clementina do Palácio Apostólico, e foi seguida da entrega de onze exemplares a representantes da comunidade católica. Estruturado em 205 páginas, traduzidas em todas as línguas do mundo, incluindo o português através da Gráfica de Coimbra (já disponível), o "Compêndio" explica com 598 perguntas e respostas os princípios da fé católica, e dá orientações precisas sobre o comportamento dos fiéis em todos os campos da vida humana.

Na realidade, reitera tudo o que diz o Catecismo, nomeadamente que o casamento se realiza apenas entre um homem e uma mulher, condena o aborto e a eutanásia, exige a protecção do embrião, e contempla a desobediência civil quando as leis se opõem à ordem moral. Considera como comportamento imoral "toda a iniciativa como a esterilização ou contracepção, que impedem a procriação", e recorda que os católicos divorciados e que se voltaram a casar não podem receber a comunhão. Dividido em quatro partes, o Compêndio do Catecismo não faz concessões em matéria de castidade, família, eutanásia, fertilização medicamente assistida - consideradas "imorais porque se dissociam do acto de procriação -, adultério, masturbação, pornografia, prostituição, actos homossexuais. A guerra pode ser um meio justo, se moralmente justificado, e na ausência de alternativas pacíficas. Na vida social, é condenada a evasão fiscal, a corrupção e as fraudes.

Durante a apresentação da versão reduzida do catecismo , Bento XVI explicou "Trata-se de uma síntese, com uma linguagem mais acessível, que ajuda a memorizar os princípios e regras da fé."

El BNG ya avisa al PSOE que Galicia «no saldrá barata»: pide ser una nación y 21.000 millones 

ABC (Madrid)
por MANUEL MARÍN / ROBERTO PÉREZ

MADRID. Las primeras horas de resaca tras las elecciones gallegas más largas -han sido ocho días de incertidumbre a cuenta del voto emigrante- tuvieron poco de balance del pasado y mucho de perfilar estrategias de futuro. A corto plazo, las expuestas por los socialistas y por el BNG, que en palabras idénticas de sus respectivos líderes, Emilio Pérez Touriño y Anxo Quintana, están condenados a entenderse para desalojar al PP de la Xunta. Ambos dieron por hecha una coalición porque se sienten «obligados a cumplir el mandato de las urnas con un gobierno de cambio». A medio o largo plazo, las expuestas por Fraga, quien no sólo asume que no volverá a la Xunta, sino que admitió que el PP gallego está impelido a abrir un periodo de «autocrítica» que, a la larga, dé pie al proceso para su relevo.

Así las cosas, viéndose Touriño presidente de la Xunta y Fraga, líder de la oposición -al menos hasta que el PP aclare su panorama interno tras el verano-, Anxo Quintana, sabedor de su condición de llave de gobierno, se apresuró a reclamar su cuota de protagonismo. No tardó ni doce horas desde que se conocieron los resultados para poner sobre la mesa de Touriño -y de José Luis Rodríguez Zapatero- su precio: «Galicia no va a salir barata», dijo en el Senado como advertencia.

Al PSOE no le inquieta

Aunque Quintana negó que fueran «condiciones o exigencias» -se afanó por suavizar las formas hablando de «criterios que deben inspirar el nuevo Gobierno»-, su catálogo de reivindicaciones sonó a contundente imposición previa. Primero, anunció que Galicia reclamará a Zapatero el pago de la «deuda histórica en infraestructuras, sanidad, educación, tecnología y empleo», cifrada por el BNG en 21.000 millones de euros.

Segundo, se subió al carro de Pasqual Maragall y de ERC al exigir el respaldo del PSOE para que Galicia sea denominada «nación» en el nuevo estatuto de autonomía. Quintana defenderá una «verdadera reforma» y no una simple «reformiña» que impida la equiparación de Galicia con Cataluña y el País Vasco. «No pretendemos ser un problema -adelantó-, pero no será posible un nuevo modelo de Estado sin Galicia». Y en tercer lugar, reclamó una «economía autocentrada» que permita a Galicia «ser protagonista de la política estatal y no sólo espectadora». Quintana dejó claro que «no es hora de hablar de cargos», sino de criterios de «regeneración política».

Estas exigencias del BNG pusieron en guardia al PP, aunque al PSOE no le inquietan porque atribuyen a Quintana un perfil flexible y porque sus reivindicaciones no son nuevas. Las dio a conocer durante la campaña electoral. No en vano, desde el PSOE recuerdan que Quintana ya dijo que confía en contar también con el consenso del PP para la reforma estatutaria -aparte de que Zapatero ha dado por superado el debate sobre el concepto de nación- y que, si no 21.000 millones, sí se destinarán a Galicia en los próximos años inversiones en infraestructuras y servicios que satisfarán al BNG.

Lejos de esta percepción benevolente del BNG, los populares concluyeron tras oír a Quintana que Zapatero acabará por padecer el chantaje de la «versión gallega» de Ibarretxe o de Carod-Rovira. Mariano Rajoy expresó desde Zaragoza su temor a que un gobierno PSdG-BNG conduzca a Galicia a «una situación similar» a la del País Vasco por la constante presión reivindicativa del nacionalismo y por la incompatibilidad que PSOE y BNG han demostrado, por ejemplo, ante el plan Ibarretxe o la Constitución Europea. Por eso, Rajoy vaticinó un periodo de «inestabilidad» que en ningún caso impedirá al PP seguir defendiendo «la soberanía nacional y la igualdad de todos los españoles». «A medio plazo -pronosticó también Eduardo Zaplana-, estos pactos le pasarán factura al PSOE».

El PP fue el único partido en no dar la bienvenida a la nueva coalición. CiU cree que el BNG actuará como «moderador» de la política gallega; el PNV lo percibe como un aliado más para otro modelo de Estado «impulsado por las comunidades históricas», con el liderazgo de Zapatero; ERC opinó que obligará a despertar «al mejor Rajoy» sin las «consignas de la FAES», e IU se mostró convencida de que Galicia ayudará a otras comunidades como Andalucía a ser también «una nación».

Bush rameute ses troupes 

Le Soir (Bruxelas)

Le président américain George W. Bush a refusé mardi de fixer une date pour le retrait des troupes américaines d'Irak, haranguant les Américains pour qu'ils fassent front contre le terrorisme. Mais ceux-ci pensent que leur président les a trompés.

Certains estiment que nous devrions fixer une échéance pour le retrait des troupes américaines. Laissez-moi vous expliquer pourquoi cela serait une grave erreur, a-t-il souligné lors d'un discours prononcé devant plus de 700 soldats de la base de Fort Bragg (Caroline du nord, sud-est). Fixer un calendrier artificiel enverrait le mauvais message aux Irakiens qui doivent savoir que les Etats-Unis ne partiront pas sans avoir achevé leur tâche. Cela enverrait le mauvais message à nos troupes qui ont besoin de savoir que nous sommes sérieux dans notre volonté d'achever la mission pour laquelle elles risquent leur vie, a déclaré M. Bush. Et cela enverrait le mauvais message à l'ennemi qui saurait dès lors qu'il n'a plus qu'à attendre notre départ. Nous resterons en Irak aussi longtemps qu'il le faut et pas un jour de plus, a-t-il affirmé.

Le président américain a également laissé entendre qu'il n'entendait pas envoyer davantage de troupes en Irak où sont déjà déployés plus de 130.000 soldats américains. Si nos commandants sur le terrain disent qu'il faut plus de troupes, je les enverrai. Mais ils me disent avoir les troupes suffisantes pour faire leur travail. Envoyer davantage d'Américains saperait notre stratégie visant à encourager les Irakiens à prendre la tête de cette bataille, a estimé le président Bush. Il a affirmé que plus de 160.000 soldats irakiens avaient été formés jusqu'à présent, tout en reconnaissant qu'ils « se trouvaient à différents niveaux de préparation ».

Trompés

M. Bush a largement évoqué, lors de ce discours prononcé à heure de grande écoute, la lutte contre le terrorisme et des attentats de 2001 aux Etats-Unis, pour tenter de rallier une opinion publique américaine très partagée sur la guerre en Irak.

Une enquête publiée lundi par ABC/Washington Post montre qu'une majorité d'Américains désapprouvent la gestion de la situation en Irak mais ne souhaitent pas que leurs soldats s'en retirent avant que l'ordre y soit restauré. Cette même enquête montre que, pour la première fois, plus d'un Américain sur deux estime que M. Bush a intentionnellement trompé l'opinion sur les raisons d'entrer en guerre, précise ce sondage.

Les terroristes peuvent tuer des innocents mais ils ne peuvent arrêter la marche de la liberté. Nos ennemis ne gagneront que si nous oublions les leçons du 11 septembre, si nous abandonnons les Irakiens à des hommes comme Zarqaoui et si l'avenir du Moyen Orient est laissé à des hommes comme ben Laden. Nous savons que si nous ne faisons pas face à ce mal, il gagnera en force et en audace et reviendra nous frapper, a-t-il averti. Il a également prévenu que la situation en Irak allait rester difficile et que les progrès effectués avaient été « inégaux ». Nous avons encore davantage de travail à faire et il y aura des moments difficiles qui mettront la détermination des Etats-Unis à l'épreuve.

1.730 soldats tués

Plus de 1.730 soldats américains ont été tués en Irak depuis le début de la guerre. M. Bush a rencontré mardi à Fort Bragg des familles de victimes et affirmé que « la meilleure façon de rendre hommage aux vies données pour ce combat était d'achever notre mission ».

Le démocrate John Kerry, qui avait affronté George W. Bush à la présidentielle du 2 novembre, a estimé, avant le discours du président, que « l'administration Bush court à la catastrophe avec sa politique actuelle - une politique qui n'a aucune stratégie réaliste pour réduire les risques sur nos soldats et augmenter les chances de succès.
(D'après AFP)

terça-feira, junho 28, 2005

Índice de hoje 

- Índia tem maior média mundial de leitura, diz pesquisa (BBC Brasil)
- El recuento del voto emigrante confirma que el PP pierde Galicia a manos de PSOE y BNG (ABC, Madrid)
- Las universidades recurren a las dobles titulaciones para captar nuevos alumnos y ser más competitivas (ABC, Madrid)
- Violada "por honor" (ABC, Madrid)
- Narbona estudia trasvases alternativos para no recargar toda la presión sobre la cuenca del Tajo (ABC, Madrid)
- Incluyen documento portugués en Memoria del Mundo (Xinhua, Pequim)
- No Brasil, tiros matam mais que guerras (Jornal do Brasil, Rio)

Índia tem maior média mundial de leitura, diz pesquisa 

BBC Brasil

Os indianos são os maiores devoradores de livros do mundo, afirma uma nova pesquisa, que mostra que eles dedicam em média 10,7 horas por semana à leitura, o dobro do tempo gasto pelos americanos.
O ranking de atividades culturais foi preparado pela consultoria NOP World, que entrevistou 30 mil pessoas em 30 países entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005.

O Brasil foi incluído entre as 30 nações estudadas e ficou em 27º lugar na lista, com uma média semanal de leitura de 5,2 horas.

Analistas disseram que livros de auto-ajuda e motivacionais poderiam explicar a razão dos altos índices de leitura na Índia.

Menos TV

O tempo empenhado em leitura significa menos horas diante da TV ou ouvindo rádio – a Índia ficou em 27º do ranking dos que mais acompanham esses dois meios de comunicação.

A pesquisa, que leva em conta consumidores de mais de 13 anos de idade, indica que a Tailândia e a China estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares no ranking de leitura – em que é computado o tempo gasto lendo livros, jornais e revistas.

Os americanos e britânicos alcançaram uma média de apenas metade das horas de leitura dos indianos. Já os japoneses e coreanos tiveram médias ainda mais baixas (4,1 horas e 3,1 horas por mês, respectivamente).

R Sriram, diretor executivo da rede de livrarias indiana Crosswords, afirmou que as pessoas no país têm muitas iniciativa e que a leitura "é uma parte fundamental de sua existência".

"Eles colocam ênfase na leitura, é por isso que se dão bem na educação em universidades no exterior", explicou ele à BBC.

Sriram acrescentou que, antigamente, os indianos buscavam sabedoria e conselhos em seus pais, mas que agora o fazem por meio dos livros.

O editor e escritor indiano Tarun Tejpal disse que a pesquisa só faz sentido se excluir o alto número de analfabetos.

Dados oficiais indicam que mais de um terço dos indianos na zona rural e 15% daqueles nas cidades ainda não sabem ler.

Média de leitura semanal

1 - Índia 10,7
2 - Tailândia 9,4
3 - China 8
4 - Filipinas 7,6
5 - Egito 7,5
6 - República Checa 7,4
7 - Rússia 7,1
8 - Suécia 6,9
9 - França 6,9
10 - Hungria 6,8
23 - Estados Unidos 5,7
27 - Brasil 5,2
Em horas. Fonte: NOP World

El recuento del voto emigrante confirma que el PP pierde Galicia a manos de PSOE y BNG 

ABC (Madrid)

SANTIAGO. El voto de la emigración confirmaba, al cierre de esta edición, los resultados provisionales del pasado 19 de junio. Tras un tenso escrutinio, salpicado por un cruce recursos y denuncias, con el 70 por ciento escrutado -datos provisionales-, el disputado escaño de Pontevedra se quedaba en manos socialistas, al no alcanzar los populares el 67 por ciento de los sufragios y quedarse sólo tres puntos por encima del PSOE. El PP se situaba en el 53,5% y los socialistas, en el 46,5%.

Así, Emilio Pérez Touriño podrá formar su anunciado gobierno de coalición con los nacionalistas gallegos -a falta de la resolución definitiva de la impugnación del PP por los 5.000 votos anuladas en la Junta electoral de Pontevedra-, después de que Manuel Fraga se quedara a la puertas de conseguir la mayoría absoluta para un quinto mandato consecutivo.

Los cerca de 31.000 sufragios de la emigración aceptados (casi 5.000 fueron rechazados) no modificaron los resultados que daban al PP 37 escaños en el futuro Parlamento gallego, insuficientes frente a los 25 conseguidos por el PSOE y las 13 actas parlamentarias del BNG.

La confirmación de la victoria socialista se produce después de la campaña más dura de todas las autonómicas celebradas en la Comunidad, pero también del recuento de votos más largo. Y es que por primera vez el escrutinio de los sufragios de la diáspora se retrasó hasta una semana después de conocerse los resultados registrados en el interior de Galicia.

Una victoria amarga

El PP había perdido ayer, casi definitivamente, a la espera de las impugnaciones previstas en unos comicios que se han decidido finalmente por un puñado de votos, cuatro de los 41 escaños que consiguió en 2001: uno en Lugo y La Coruña, y dos en Pontevedra, para mantenerse sólo en Orense, también la única suscripción donde superó el 50 por ciento de los sufragios. Se trata de lo que se ha llamado ya «una victoria amarga» de los populares. De hecho, el presidente en funciones de la Xunta superó sólo ligeramente el 50 por ciento del voto emigrante de las cuatro provincias, muy lejos de la supremacía evidenciada en los comicios de 2001, cuando rondó el 70 por ciento, e insuficiente para recuperar la llave de la reelección: el escaño en disputa por Pontevedra, que se queda finalmente en manos del socialista José Manuel Gallego Longa.

Pérez Touriño ya ha expresado su disposición a formar un gobierno de coalición con los nacionalistas gallegos que, pese a su nuevo retroceso electoral -han perdido cuatro de los 17 escaños que tenían en la pasada legislatura, confirmando así un proceso de declive de su respaldo popular, agudizado tras las autonómicas de 2001-, ya han advertido de que además de la vicepresidencia de la Xunta, pretenden conseguir un nivel de responsabilidad en el nuevo gabinete similar al de ERC en el ejecutivo catalán de Maragall.

Ahora, el gobierno PSOE-BNG

El debate sobre las quinielas de consejero se resolverá en las próximas semanas en una negociación entre ambas formaciones que se prevé tensa, aunque no hasta el límite de llegar a la ruptura. El propio Touriño ya ha anunciado que formará gobierno en agosto, un deseo que podría verse truncado por la realidad de los retrasos de eventuales impugnaciones que el PP ya ha anunciado que llevará incluso ante el Tribunal Constitucional.

En cualquier caso, el PSOE ha fundamentado su avance electoral hasta los 25 escaños en el incremento experimentado en el voto urbano, singularmente en las grandes ciudades, que ha contrarrestado el tradicional apoyo al PP en el medio rural.

De hecho, en la provincia de Pontevedra, donde los resultados han sido más reñidos y donde el PP ha experimentado un mayor retroceso, los socialistas se acercaron a sólo un punto del 39 por ciento obtenido por el PP en la ciudad más populosa de la Comunidad, Vigo, donde la promesa de Emilio Pérez Touriño de llevar la Consejería de Pesca pareció pesar más que el compromiso del PP de construir allí un Metro, la reconocida gestión de la alcaldesa Corina Porro y la intensa campaña desarrollada en la ciudad olívica por el líder nacional del PP, Mariano Rajoy -que participó hasta en cinco actos electorales-, y el cabeza de lista y vicepresidente del Gobierno en funciones, Alberto Núñez Feijóo.

El aumento socialista en las grandes urbes se produjo siempre a costa de un marcado retroceso del PP, similar al registrado por el BNG. En este caso incluso en Orense, la provincia natal del candidato nacionalista a la presidencia de la Xunta, un Anxo Quintana que se ha visto afectado por la crisis interna provocada por el traumático proceso de renovación interna, que motivó inluso la renuncia de su líder histórico, Xosé Manuel Beiras, pero que se ha encontrado ante la «derrota más dulce», puesto que le permitirá «tocar poder» en la Administración autonómica.

Socialistas y nacionalistas ya vivieron una experiencia de ruptura en Vigo, donde pactaron después de las pasadas municipales para mantener después un enfrentamiento constante que desembocó en la moción de censura del PP, que llevó a Corina Porro a la alcaldía.

Silencio de Vázquez

Lo que sí ha conseguido Emilio Pérez Touriño en las últimas semanas ha sido poner sordina e incluso silenciar al alcalde de La Coruña, Francisco Vázquez, que había evidenciado en reiteradas ocasiones su oposición a un pacto con el BNG. El también presidente de la Femp llegó a garantizar que no habría acuerdo con los nacionalistas en un último rebrote de rebeldía, que le llevó a tildar a Anxo Quintana de «títere» de los radicales de la UPG -la formación mayoritaria dentro del Bloque-. Sin embargo, desde entonces ha seguido con disciplina las indicaciones de su partido.

Las universidades recurren a las dobles titulaciones para captar nuevos alumnos y ser más competitivas 

ABC (Madrid)
por M. ASENJO

MADRID. Los efectos de la caída demográfica, que se reflejan en un progresivo descenso del número de universitarios, y el cambio de tendencia en la elección de carrera han llevado a los rectorados a buscar fórmulas para captar alumnos y mantener su capacidad de competir dentro del sistema de enseñanza superior.

En relación con el número de alumnos, este curso se cierra con un 1,7 por ciento menos, y durante el próximo continuará el descenso en porcentajes similares, lo que significa que habrá alrededor de 1.400.000 estudiantes.

La demanda de titulaciones también ha sufrido modificaciones y sólo Ciencias de la Salud mantiene un significativo desequilibrio entre la oferta y la demanda, ya que en las enseñanzas de esta rama las peticiones de plaza superan en un 300 por cien a la disponibilidad. En el curso que ahora termina, Ciencias Experimentales ha sufrido un descenso del 11,33 por ciento, salvo en Nutrición Humana y Dietética, que subió un 11,30 por ciento. Ciencias Sociales y Jurídicas tiene un mayor equilibrio, ya que la oferta se cubrió en cerca de un 91 por ciento. En este grupo, Derecho es una de las carreras con mayor excedente de plazas.

Nuevos caminos

La situación en las Enseñanzas Técnicas es muy desigual: mientras que la demanda en algunas titulaciones descendió hasta un 44 por ciento, otras subieron un 74 por ciento. Algo similar ocurre en las ingenierías superiores, donde se han mantenido al alza Aeronáuticos y Arquitectura, y han proseguido su descenso Minas e Ingeniero Geólogo.

Finalmente, el descenso en Humanidades no ofrece dudas. Se salvan Bellas Artes y Traducción e Interpretación, en las que, respectivamente, la demanda supone 1,8 y 1,5 veces la oferta. En conjunto, quedó sin cubrirse el 40 por ciento de la oferta.

Así, y teniendo en cuenta que el Distrito Abierto permite optar a cualquier universidad española, con independencia del lugar de procedencia, los centros quieren enriquecer su oferta para el próximo curso con titulaciones dobles o simultáneas. Los alumnos que optan por este modelo cursan dos carreras y reciben un doble título.

Las dobles titulaciones pretenden otorgar una formación más amplia y complementaria y dotar a los campus de un signo de distinción. Las combinaciones se realizan entre carreras de la misma área de conocimientos o entre las que -pese a pertenecer a áreas distintas- guardan cierta similitud e incluso tienen asignaturas comunes. Su duración es de cuatro a seis años, según sean de ciclo corto o largo.

Violada «por honor» 

ABC (Madrid)

ISLAMABAD. El Tribunal Supremo de Pakistán revisa desde ayer el caso de la mujer que fue violada por «honor», después de que sus agresores fuesen absueltos en marzo tras haber sido condenados a muerte. Mujtara Mai fue violada hace tres años por orden del consejo de su aldea, por las supuestas relaciones entre un hermano suyo, de doce años, y una niña de otra familia de casta superior, una «ofensa al honor» que la asamblea local recomendó que se «lavase» con su violación por un grupo de hombres del otro clan.

En marzo pasado, la mujer presentó un recurso ante el Supremo, después de que la Corte de Apelación de Multán, en la provincia paquistaní de Punjab, absolviera a cinco de los seis condenados a muerte, en julio de 2002 por un tribunal local, y conmutara la pena del sexto por cadena perpetua. El Tribunal Federal Islámico, la máxima instancia religiosa del país, suspendió posteriormente las resoluciones de la corte local y de la de apelación de Multán, y señaló que se haría cargo del caso.

Sin embargo, días después, el Tribunal Supremo, superior en jerarquía al religioso, decidió tomar el asunto en sus manos y tendrá la decisión final sobre este caso, que se ha convertido en un símbolo de la lucha contra la discriminación de las mujeres en Pakistán. El presidente paquistaní, general Pervez Musharraf, ordenó la confiscación del pasaporte de Mai, debido a que había sido invitada por una ONG para hablar de su caso en Estados Unidos, lo que el jefe del Estado consideró que podría dañar la imagen del país. La mujer ha manifestado su esperanza de que le devuelvan su pasaporte al término de este juicio en el Supremo. Miles de mujeres se han manifestado durante los últimos meses en Pakistán en contra de la absolución de los cinco acusados de la violación de Mai, cuyo caso ha sido seguido de cerca por los medios locales e internacionales.

El pasado diciembre, el Parlamento de Pakistán aprobó unas enmiendas al Código Penal para endurecer las penas por los «crímenes de honor», que previamente apenas estaban castigados en la legislación del país, de carácter islámico. Agresiones abundantes Pese a que la Constitución de Pakistán garantiza la igualdad entre mujeres y hombres ante la ley y el país ha ratificado el Convenio Internacional para la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación de la Mujer, las agresiones a niñas y mujeres son abundantes y su indefensión es prácticamente total. Según las tradiciones islámicas vigentes en Pakistán, una mujer puede «deshonrar» a su familia por tener un amigo varón, casarse con un hombre no elegido por sus parientes, tratar de divorciarse, no ofrecer una dote «adecuada» antes del matrimonio, mantener una relación extramatrimonial o, simplemente, por hablar con un varón. En 2002, la cifra de casos de «crímenes de honor» denunciados en Pakistán fue de un millar, pero ese número, en opinión de los grupos que protegen los derechos de la mujer, «se queda muy corto».

Narbona estudia trasvases alternativos para no recargar toda la presión sobre la cuenca del Tajo 

ABC (Madrid)
por M. BUITRAGO

MURCIA. Para que todo el peso del nuevo desembalse no recaiga sobre los pantanos del Tajo, Medio Ambiente estudia la posibilidad de atender por separado la demanda de los regadíos y abastecimientos de la cuenca del Segura -en las provincias de Murcia y Alicante- y del Levante almeriense que se abastecen habitualmente con los excedentes de Entrepeñas y Buendía. Dadas las ajustadas reservas de estos últimos, unido a la presión política y social que está ejerciendo el Gobierno de Castilla-La Mancha, y al hecho de que la sequía puede prolongarse el próximo otoño, una de las fórmulas que se estudian es diversificar los orígenes de suministro poniendo también en juego a las cuencas del Sur y del Júcar. Dada la situación excepcional, se trata de la primera vez que se aplicaría esta medida. Los regantes del Sindicato Central solicitan 120 hm3 del Tajo para salvar los cultivos y el arbolado durante este verano. A esta cantidad habría que sumar otros 40 hectómetros para los abastecimientos para más de tres millones de habitantes.

Según ha podido saber este diario de dos fuentes bien informadas, la cantidad final de agua que decida el próximo viernes el Consejo de Ministros no procedería toda del Tajo, sino que en esta ocasión se combinaría con el trasvase del Negratín a Almería y con recursos del Júcar almacenados en el pantano de Alarcón que se utilizarían de permuta. Esto sería posible siempre que existan recursos suficientes y que no se presenten obstáculos legales que lo impidan, ya que a efectos prácticos se trataría de préstamos de agua que después habría que devolver.

Filigranas ministeriales

En el Ministerio están realizando auténticas filigranas para que cuadren los números. En el caso del Negratín, sus aguas reemplazarían a las que recibe Almería desde el Tajo (la provincia vecina tiene una asignación máxima anual de 15 hm3). Se trataría de que los arroceros del Guadalquivir cedieran parte de sus derechos de agua a los regadíos del Levante almeriense. El conducto sería desde el embalse del Negratín hasta el de Cuevas de Almanzora.

La zona de la Vega Baja de Alicante, a su vez, podría recibir otras aportaciones desde Alarcón. El sistema consistiría en abrir pozos de sequía en la cuenca del Júcar, similares a los que se han abierto en el acuífero de Calasparra. Estos nuevos caudales se permutarían con las reservas que hay almacenadas en el pantano de Alarcón, que regula el trasvase Tajo-Segura. Desde este embalse bajarían las aguas por el acueducto para destinarlas a los regadíos y abastecimientos de Riegos de Levante, Margen Izquierda, y las grandes poblaciones de Alicante y Elche, entre otras. Oficialmente es territorio de la cuenca del Júcar, pero siempre ha estado adscrito a la Confederación Hidrográfica del Segura y a la Mancomunidad de Canales del Taibilla.

Pozos de sequía

Se da la circunstancia de que Riegos de Levante Margen Izquierda es, después del Campo de Cartagena, la mayor zona de riego que recibe aguas del Tajo, con una asignación máxima anual de 97,5 hm3. Asimismo, y proporcionalmente, los regadíos de la Vega Baja son los que más agua reciben de la cabecera del Tajo, ya que tienen asignados por ley un máximo de 125 hm3 anuales; un 31,5% del total.

El resultado de esta combinación es que se desembalsaría menos agua del Tajo, que irían principalmente para los regadíos del Sindicato Central en territorio murciano. Aparte de combinar tres desembalses, las necesidades de los regantes se podrían completar con la apertura de pozos de sequía.

Las mismas fuentes indicaron que la decisión del Consejo de Ministros estará «más cerca que lejos» de la petición de los regantes. Narbona advirtió el viernes que no es igual perder una cosecha de alcachofas que el arbolado, que necesitaría quince años para volver a alcanzar su madurez productiva.

Incluyen documento portugués en Memoria del Mundo 

Xinhua (Pequim)

LISBOA, 27 jun (Xinhuanet) -- Por primera vez en la historia, el Registro "Memoria del Mundo" de la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO) cuenta con un documento portugués.

Se trata de una carta escrita por Pero Vaz de Caminha que data de los inicios del siglo XVI y en la que describe uno de sus viajes a América, según informó el ministerio de Asuntos Exteriores portugués.

El Comité Consultivo Internacional del Programa de UNESCO "Memoria del Mundo" ha inscrito la obra portuguesa junto con otras 29 obras y colecciones documentales de 24 países.

Pero Vaz de Caminha comenzó la redacción de la carta en Porto Seguro (Brasil), el 24 de abril de 1500 y la acabó el 1 de mayo.

La misiva iba dirigida al rey D. Manuel I. Se trata del primer documento en el que se describen las tierras y los habitantes de las zonas descubiertas.

En la actualidad, el documento se conserva en el Instituto de los Archivos Nacionales Torre do Tombo, en la capital portuguesa.

Además de Portugal, los países que por primera vez cuentan con documentos en el registro de la UNESCO son Albania, Azerbaiyán, Colombia, Cuba, Estados Unidos, Italia, Líbano, Namibia, Reino Unido, Suecia y Ucrania.

En total el registro "Memoria del Mundo" cuenta con 120 colecciones y obras. La UNESCO creó este programa para "preservar el patrimonio documental y sensibilizar al público de su protección".

Su Comité Consultivo Internacional está compuesto por expertos internacionales nombrados pro el Director General de la UNESCO, que se reúnen cada dos años para analizar las propuestas presentadas por los estados miembros. Fin

No Brasil, tiros matam mais que guerras 

Jornal do Brasil (Rio)

SÃO PAULO - O referendo popular, previsto no Estatuto do Desarmamento para que a população decida se o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil, corre o risco de não ser realizado em outubro caso a Câmara dos Deputados deixe de aprovar a medida até quinta-feira, último dia antes do recesso dos parlamentares.

Para tentar sensibilizar os deputados, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou ontem uma pesquisa mostrando que o índice de mortes provocadas por armas de fogo passou de 1% em relação ao total de óbitos registrados em 1979 para 3,9%, em 2003.

O dado é mais grave quando se trata da faixa etária dos 15 aos 24 anos. Em 1979, as mortes por armas de fogo representavam 7,9% do total de óbitos de jovens. Foi a 34,4% em 2003 - a cada três jovens mortos um foi por ferimentos a bala.

Além disso, entidades não-governamentais e representantes de igrejas começaram ontem uma vigília de orações no Congresso, que vai perdurar até a votação do decreto.

Para que a consulta seja realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os deputados precisam aprovar um decreto legislativo, definindo a pergunta a ser feita à população e regulamentando a data do referendo: 2 de outubro, o primeiro domingo do mês. A Câmara dos Deputados chegou a analisar uma proposta para adiar o referendo para o último domingo de outubro, que foi, no entanto, rejeitada.

Até o início da noite de ontem, ainda havia medidas provisórias trancando a pauta da Câmara dos Deputados. As MPs precisarão ser votadas antes do decreto legislativo.

O TSE já informou ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que precisa de, no mínimo, 90 dias para realizar as licitações e deixar pronto o cadastro dos eleitores para o referendo. Caso os deputados deixem a votação do decreto para agosto, será necessário que um parlamentar apresente emenda mudando a data da consulta.

- Nós vamos aprovar. Há esforço e mobilização de todos. Não há o que dizer ao Brasil e ao mundo se não aprovarmos o referendo - disse Renan, logo após participar da solenidade de lançamento da pesquisa ''Mortes Matadas por Armas de Fogo no Brasil''.

Para o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, não é possível construir uma ''cultura de paz'' se o brasileiro continuar convivendo com a violência.

- Que o povo brasileiro tenha a oportunidade de dizer se quer ou não acabar com a comercialização de armas de fogo e munição no país - afirmou Werthein.

Com base em dados do Ministério da Saúde, o sociólogo e pesquisador da Unesco Julio Jacobo Waiselfisz aponta que foram registradas 550.028 mortes provocadas por armas de fogo entre 1979 e 2003. Do total, 205.722 são de jovens.

A proporção dessas mortes em relação à população também aumentou gradativamente todos os anos. Subiu de 6 óbitos por 100 mil habitantes no primeiro ano da pesquisa para 22,2 no último.

Apesar de utilizar períodos diferentes, o pesquisador compara o Brasil a países que passaram por conflitos armados e está entre os que apresentam maior média de mortos ao ano. Levando-se em conta a média de 32.500 mortes anuais, entre 1993 e 2003, o Brasil ficaria acima do número de óbitos da guerra civil da Guatemala - 16.600 -, da Argélia - 10 mil - e de El Salvador - 6.600.

segunda-feira, junho 27, 2005

Índice de hoje 

- Dono do terreno chamou os cientistas (Jornal de Notícias, Porto)
- Chirac demande une modification de la législation de la libération conditionnelle (Le Monde, Paris)
- Enterrons l'«euro-idéologie» (Le Figaro, Paris)
- Retour en arrière en Iran (Le Figaro, Paris)
- La menace réactivée de la bombe islamique (Le Figaro, Paris)
- Irán, el Corán y la democracia imposible (ABC, Madrid)
- Rumsfeld reconoce que EE.UU. ha tenido conversaciones con los insurgentes de Irak (ABC, Madrid)

Dono do terreno chamou os cientistas 

Jornal de Notícias (Porto)

É hoje tornada pública uma importante descoberta de fósseis de dinossáurios carnívoros, nunca antes encontrados na Europa. Os allossaurus têm origem na América do Norte e as ossadas descobertas em Andrés, uma pequena aldeia da freguesia de Santiago do Litém, em Pombal, trazem consigo um manancial de informação que permitirá aos cientistas perceber em que momento se deu a separação dos dois continentes. E tudo isto devido "à extrema sensibilidade" revelada pelo proprietário do terreno. Quem o enfatiza são os próprios paleontólogos, que desde o passado dia 15 recolhem os fósseis.

Em 1988, José Amorim decidiu construir um armazém num pequeno terreno que possui na terra da sua mulher. Iniciadas as escavações deu de cara com umas "coisas" que lhe pareceram importantes. Apesar de não saber bem do que se tratava, contactou o Museu Nacional de História Natural. As primeiras investigações concluíram logo pela importância dos achados. Os ossos que se encontravam menos protegidos pela terra e corriam perigo foram recolhidos. "Mas, depois, por razões de calendário, a escavação foi sendo adiada", conta Bruno Ribeiro, um dos cinco paleontólogos que ontem se encontravam na escavação.

Francisco Ortega, o espanhol que coordena a equipa de cientistas, confirma, como já ontem o JN escreveu, que esta é uma descoberta inédita em toda a Europa e importantíssima pelo grau de informação que permite recolher. Mas também salienta a atitude de José Amorim "Aguardou estes anos todos sem nunca exigir nada, sem nunca pressionar. Deve servir de exemplo para todos nós". Anteontem, o proprietário do terreno, residente em Lisboa, visitou as escavações. E revelou uma enorme satisfação por verificar o quanto valeu a pena abdicar do seu armazém.

Para já, as escavações terminam. Mas, mais tarde, os paleontólogos poderão voltar. Debaixo daquela terra amarelada há ainda um sem fim de restos de animais. Para além dos allossaurus, foram descobertos outros tipos de dinossáurios e alguns crocodilos. "Isto era o leito de um rio, é relativamente comum aparecerem vários animais", diz Francisco Ortega.

Os fósseis têm sido transportados para o Instituto de História Natural da Batalha que, juntamente com o Museu Nacional de História Natural e a Câmara de Pombal, assinaram o protocolo que permitiu esta escavação. Depois de limpos, o allossaurus será reconstituído e exposto na Junta de Freguesia de Santiago do Litém para que todos o possam ver.

Para já, a curiosidade dos moradores das aldeias próximas não tem sido das maiores. Ontem, o Fábio e o Diogo, os filhos do proprietário do restaurante de Santiago do Litém onde a equipa almoça diariamente, visitaram as escavações. Foram os primeiros e os únicos. "Olha, estás a ver? Isto é uma falange de um dedo do pé", explicava-lhes Francisco Ortega, ostentando um osso enorme, acabado de ser retirado da terra. "Eia!", espantavam-se os meninos. "E isto é uma vértebra e aquilo, ali, é uma costela". "Eia!".

Maria Helena vê as escavações da sua casa. "Acho que para a terra isto não tem praticamente interesse nenhum", defende. Exactamente o contrário do que pensa Natividade Santos "As pessoas estão desejosas de ver o que isto dá".

Chirac demande une modification de la législation de la libération conditionnelle 

Le Monde (Paris)
por Nathalie Guibert

Front uni contre Nicolas Sarkozy. Après le premier ministre, c'est le président de la République qui a répondu, vendredi 24 juin, au ministre de l'intérieur. Celui-ci a déclenché un tollé en appelant à faire "payer" un juge pour ce qu'il estime être une "faute" commise à l'occasion de la libération conditionnelle de Patrice Gateau, meurtrier récidiviste de Nelly Crémel. "Le principe constitutionnel de la séparation des pouvoirs et le respect de l'indépendance de la magistrature sont intangibles et essentiels à l'équilibre et au bon fonctionnement de nos institutions" , a indiqué Jacques Chirac.

Le chef de l'Etat avait été saisi jeudi par le Conseil supérieur de la magistrature (CSM), qu'il préside. "Dans l'affaire du terrible assassinat de Mme Crémel, la décision de libération conditionnelle a été rendue dans le respect de la loi" , ajoute M. Chirac. Celui-ci réclame au ministre de la justice une nouvelle réforme pénale. "Les circonstances de ce drame confirment la nécessité de faire examiner et voter au plus tôt par le Parlement une réforme de la législation sur la libération conditionnelle" , a indiqué le chef de l'Etat.

En déplacement à Evreux, ville dont Jean-Louis Debré, le président de l'Assemblée nationale, est le maire, le ministre de la justice Pascal Clément a défendu "une approche globale de la délinquance" , alliant prévention et répression. "Se méfier de la magistrature est un commencement de dissolution sociale" , a, pour sa part, affirmé M. Debré.

Des discussions ont commencé entre la chancellerie et le ministère de l'intérieur pour amender la proposition de loi sur la récidive, en navette parlementaire depuis décembre 2004. Le gouvernement souhaite qu'un nouveau texte soit examiné par la commission des lois de l'Assemblée avant le 14 juillet, pour être débattu à l'automne.

BRACELET ÉLECTRONIQUE

La réforme portera d'une part sur les "délinquants d'habitude" que M. Sarkozy veut mieux punir en limitant à deux le nombre des sursis avec mise à l'épreuve dont ils peuvent bénéficier et d'autre part sur la question des grands criminels. Pour eux, le placement sous bracelet électronique mobile devrait être instauré en France. La chancellerie qualifie cette mesure d'"essentielle" .

De plus, les conditions de la libération conditionnelle devraient être durcies. M. Clément a annoncé, mardi 22 juin, vouloir "monter le plafond" de cette libération anticipée, que les condamnés à la réclusion criminelle à perpétuité peuvent demander au bout de 15 ans.

Une mesure considérée comme inutile par les magistrats. En 2004, 5 866libérations ont été accordées, dont 1 500 à des auteurs d'atteintes aux personnes. Au total, 216 ont été révoquées pour des motifs divers. Pour l'Union syndicale des magistrats (USM, majoritaire), "la vraie réponse a été apportée par le député Jean-Luc Warsmann, vice-président de la commission des lois, dans son rapport sur la loi Perben II : il ne faut pas modifier la loi, mais créer 3 500 emplois dans les services d'application des peines" .

La remise en cause de la libération conditionnelle inquiète juges et responsables pénitentiaires. Va-t-on voir resurgir le projet de Pierre Méhaignerie de 1993 ? Après l'assassinat d'une petite fille, le garde des sceaux de l'époque avait prévu que la cour d'assises puisse interdire les libérations conditionnelles et les permissions de sortie aux personnes condamnées pour l'assassinat d'un mineur accompagné d'un viol ou d'actes de barbarie.

En 2004, plusieurs propositions de lois ont été déposées visant à allonger à 30 ans (contre 22 ans au plus aujourd'hui) la période de sûreté des condamnations, ou à créer une nouvelle peine de perpétuité pour les auteurs de viols suivis de mort. 49 députés ont proposé de rétablir la peine de mort pour les terroristes.

Enterrons l'«euro-idéologie» 

Le Figaro (Paris)
PAR LAURENT MURAWIEC *

Dans sa Fable des abeilles de 1714, l'auteur anglo-hollandais Bernard de Mandeville avait affirmé que «les vices privés, grâce à un guidage adroit de la part d'un politique habile, peuvent être transformés en bénéfices publics». On pourrait en dire autant des récents scrutins : quelles que soient les motivations particulières qui ont mû l'électeur, français ou néerlandais, le résultat exprime des vérités et des pulsions qui vont au-delà des intentions directes des électorats : c'est la supranationalité d'une Europe conçue comme une puissance politique mondiale, et comme contrepoids aux Etats-Unis, qui a été rejetée.

Les principes et les institutions mêmes de l'Union européenne telle qu'elle existe déjà, imposent de mettre un point final à ce projet désormais devenu lettre morte. L'Union a de toute évidence besoin de directions nouvelles. Encore faut-il autopsier les anciennes, celles qui viennent de périr dans les urnes, au lieu de gourmander l'électorat de n'avoir pas obtempéré, comme l'ont fait illico l'auteur en chef du texte rejeté et le «président» de l'Union, M. Juncker, et ne pas rechercher l'alchimie qui transformerait le plomb vil du non en or pur du oui.

Je vois trois racines à la faillite du projet : la conception «suédoise» ou «ONG» de la politique internationale ; les rêves d'empire que formula le philosophe-fonctionnaire Alexandre Kojève, dont la lecture montre qu'ils inspirèrent le développement de la politique étrangère de l'Union tout comme ils avaient recoupé, troisièmement, celui du général de Gaulle.

La Suède fut la pionnière non pas de la neutralité, mais du neutralisme, idéologie qui se faisait vertu de moraliser la politique mondiale, moyennant quoi elle contribua puissamment à la machine industrielle du Reich, avant de passer plusieurs décennies à tirer à boulets rouges sur l'«impérialisme», et en particulier les Etats-Unis.

Aux Occidentaux qui la protégeaient, la Suède neutraliste parlait haut ; elle était douce aux tyrans, pourvu qu'ils fussent «socialistes.» C'était une politique de dame patronnesse : la Suède avait ses pauvres, elle défendait les opprimés en soutenant les despotes qui les tyrannisaient. Ayant cessé d'être acteur de plain-pied de la grande politique planétaire, on se consacrait uniquement à ce qui est moralement satisfaisant : en aidant les pauvres, on s'autodécernait un certificat d'exemplarité, comme les indulgences de jadis vous garantissaient le salut. Cela vous permettait d'en remontrer à tous ces impénitents criminels, américains de préférence. Le résultat du neutralisme était un moralisme, qui est à la morale ce que la pornographie est à l'amour. Dans l'utopie qui en résulte, on met la guerre hors la loi, comme en leur temps, le secrétaire d'Etat américain Kellogg et le ministre des Affaires étrangères Aristide Briand. C'était en 1928, et l'on connaît la suite. «La guerre est toujours la pire des solutions», disait Jacques Chirac, en une triste redite du refus de «mourir pour Dantzig».

Dans les années 70, on craignait fort la «finlandisation» de l'Europe. On y échappa, pour tomber dans ce travers qu'est la transformation de la politique étrangère de l'Union en politique d'ONG : on abdique toute responsabilité, mais on s'arroge une juridiction universelle basée sur une élévation morale postulée. Ajoutons, pour faire bonne mesure, que les passe-droits accordés à la politique d'extermination de Poutine dans le Caucase, les velléités de donner à la Chine des armements high-tech, le désir constant de privilégier le business avec Téhéran, en s'aveuglant sur son idéologie et sur ses desseins stratégiques, ajoutent une touche de sordide au moralisme ambiant.

Deuxième racine, les desseins du gourou séducteur que fût le philosophe-fonctionnaire franco-russe Alexandre Kojève, qui donna à l'«euro-idéologie» une formulation fondatrice. «Il serait difficile de nommer un penseur européen du siècle dernier dont le rôle approche le sien dans le façonnage de la politique européenne», nous apprend l'historien Mark Lilla ; l'influence de Kojève, qu'Aron qualifiait de «magicien», fut immense à la fois dans le monde intellectuel et dans les sphères gouvernementales françaises ; il fut, jusqu'à sa mort en 1968, le principal négociateur français pour les questions européennes. Sans son Esquisse d'une doctrine de politique française, datée du 27 août 1945, il est difficile de comprendre la politique étrangère de De Gaulle, et celle de ses successeurs, et de saisir le fond de la politique étrangère de l'Union européenne, dont Kojève fut l'inspirateur direct jusqu'à sa mort en 1968, à distance depuis, tel un ectoplasme qui dicte leur comportement aux crédules vivants des séances d'occultisme.

Pour Kojève, le monde issu de la Deuxième Guerre mondiale est un monde d'empires. La France ne peut survivre en tant qu'Etat nation. Elle doit se forger un empire, non qu'il soit capable de faire jeu avec l'«empire» anglo-saxon, mais afin d'éviter d'être «américanisée» ; non plus pour se battre avec l'«empire slavo-soviétique», mais pour jouer un jeu de bascule, en étant d'ailleurs plus proche de l'empire soviétique. Les valeurs, la différence entre démocratie et dictature, entre despotisme et autodétermination, ont totalement disparu. «Il est même possible que ce soit ce monde latino-africain unifié qui puisse un jour résoudre le problème musulman (et peut-être le «problème» colonial en général)», ajoute Kojève, tout à ses rêves d'empire. Même si la reconstruction de l'Allemagne le força à changer certaines orientations, et à passer d'un «empire latin» à une union européenne, les principes et les objectifs restèrent.

On voit la convergence avec la politique étrangère gaulliste, troisième racine : dégager la France de sa dépendance envers le «bloc anglo-saxon» tout en continuant de profiter au maximum de son appartenance partielle au camp occidental ; ne perdre aucune occasion de fragmenter ou d'affaiblir la position américaine en Europe, de même que l'anglaise ; faire entendre à l'Allemagne les avantages d'un appui français pour la détacher autant que faire se peut des Anglo-Américains, et s'en prévaloir pour accroître les leviers diplomatiques dont dispose Paris ; «franciser» la Communauté européenne afin d'en utiliser les ressources au bénéfice de la diplomatie française ; mener un jeu de bascule entre Est et Ouest, faisant monter les enchères en faisant la navette entre les deux : menacer Washington en nouant des amitiés avec Moscou, Pékin et autres. Le poids qu'il n'a pas sur le plateau de la bascule, de Gaulle l'obtient en s'installant sur le fléau. Voilà qui permit à de Gaulle de se poser en chef de file d'une hétéroclite coalition internationale aux allures de patchwork : communistes «nationaux», kleptocrates du tiers-monde, dictateurs corporatistes ou «pétrocorrompus» d'Amérique latine, frivole roi du Cambodge, roitelets africains installés ou maintenus par les troupes françaises ; monde arabe flatté, armé et courtisé ; Chine populaire en pleine Révolution culturelle, avec le sanguinaire Mao à sa tête, dont on recherche l'adoubement.

Quand Chirac et Villepin entreprirent en 2002 d'organiser le «camp de la paix» – vieille rhétorique soviétique –, ils marièrent la stratégie «suédoise» à la gaulliste et à la kojévienne. Ce triomphe d'une diplomatie qui marie l'utopisme à la prétention, l'arrogance à l'inefficacité, l'irréalité à l'immoralité, a trouvé le 29 mai une conclusion : l'«euro-idéologie», ce dessein gaullo-kojévo-suédois est mort. Pour passer à la suite, enterrons-le.

* Directeur de recherche à l'institut Hudson, Washington.

Retour en arrière en Iran 

Le Figaro (Paris)
por Pierre Rousselin

L'élection surprise d'un ultra-conservateur à la présidence de la République islamique d'Iran marque un retour en arrière qui n'augure rien de bon, ni pour son pays ni pour l'Occident.

Mahmoud Ahmadinejad s'est fait connaître en clamant que la révolution islamiste de 1979 n'avait pas été faite «pour avoir la démocratie». Son élection, obtenue en partie grâce à l'abstention des réformistes déçus, a le seul mérite de clarifier la scène politique iranienne. Désormais aucun contre-pouvoir, si timide soit-il, ne vient compenser et adoucir une théocratie totalement contrôlée par les plus idéologues des successeurs de l'ayatollah Khomeyni. Après les municipales de 2003, puis les législatives de 2004, l'élection présidentielle de vendredi achève la reprise en main du pays par les intégristes.

Certains veulent voir dans ce raidissement une fin de règne, comme si le régime était dorénavant voué à se rendre insupportable. C'est un pari risqué que l'on a fait sous d'autres cieux et qui a souvent usé la patience de ses auteurs.

Pour les Iraniens et les Iraniennes, dont chacun a relevé les aspirations au changement, l'avenir immédiat est, au contraire, consternant. Les espaces de liberté très relative conquis dans le domaine de la vie privée sont déjà remis en question. Inévitablement, les femmes seront les premières à pâtir du retour aux «valeurs» de la révolution.

Certes, le nouveau président de la République n'aura pas plus de pouvoir que l'ancien, Mohammad Khatami. Mais son élection sonne le glas de l'expérience réformiste, entamée, il y a huit ans, dans l'enthousiasme des jeunes et si piteusement abandonnée dans l'indifférence générale. Ali Akbar Rafsandjani, son adversaire au second tour, était trop compromis dans les affaires de la république islamique pour que son pragmatisme mâtiné de cynisme emporte l'adhésion des vrais démocrates.

Deuxième producteur mondial de pétrole, l'Iran reste durement frappé par le chômage et la crise économique. Il n'est pas étonnant que la démagogie populiste triomphe. Les «déshérités», au nom de qui fut menée la révolution contre le chah il y a vingt-six ans, le sont tout autant aujourd'hui. De nouveau, ils ont servi à asseoir le pouvoir des mollahs, même si Ahmadinejad sera, paradoxalement, le premier président laïc de la république islamique.

Pour le reste du monde, son élection est tout aussi lourde de menaces. Rafsandjani s'était, lui, fait l'avocat d'une réconciliation avec Washington. Il aurait eu, au moins, l'avantage d'être au fait des questions internationales et de comprendre les inquiétudes que suscite le programme nucléaire iranien. Avec un idéologue de plus au pouvoir à Téhéran, le pari qui consiste à réinsérer l'Iran dans la communauté internationale en échange de son renoncement à la bombe atomique est d'autant plus délicat. Il n'en reste pas moins vital.

La menace réactivée de la bombe islamique 

Le Figaro (Paris)
por Arnaud de La Grange

Sur le sujet, Mahmoud Ahmadinejad est clair. «Les Iraniens n'ont pas fait la révolution pour avoir la démocratie», a un jour lancé le nouveau président iranien. L'ont-ils faite pour avoir la bombe ? Et là, le tombeur de Rafsandjani est plus ambigu. Posture, il est vrai, souvent de mise dans le domaine nucléaire, mais qui ne fait guère sourire à Washington, Londres ou Paris.

Pour sa première intervention, hier, Mahmoud Ahmadinejad l'a joué mezzo voce. Il a promis de poursuivre les négociations avec la troïka européenne composée de la France, de l'Allemagne et de la Grande-Bretagne. «C'est dans l'intérêt national de l'Iran.» Un intérêt qui passe par des contreparties, politiques et économiques. «La confiance doit être réciproque», a martelé l'ancien militant révolutionnaire, tout en réaffirmant que son pays avait «droit à la technologie nucléaire, avec un objectif pacifique». Il poursuivra donc ce programme, «à des fins énergétiques et médicales».

Le feuilleton dure depuis deux ans. Les Européens exigent la suspension des activités iraniennes d'enrichissement d'uranium. De leur côté, les Iraniens rétorquent que leur programme nucléaire est civil. Et soufflent le chaud et le froid.

En novembre 2004, dans le cadre de l'accord de Paris, ils acceptaient de suspendre ces activités. Pour, le 30 avril dernier, annoncer vouloir reprendre leurs travaux au «centre de conversion» d'uranium d'Ispahan. De l'eau au moulin d'Américains sceptiques. Washington accuse l'Iran d'oeuvrer secrètement à construire la bombe nucléaire. Et souhaite depuis longtemps que le Conseil de sécurité de l'ONU se saisisse du dossier afin d'imposer des sanctions à Téhéran.

Pour les Européens, bien sûr, l'élection de Mahmoud Ahmadinejad n'est pas une bonne nouvelle. Ils avaient clairement «voté» Rafsandjani. C'est avec cet homme réputé plus conciliant qu'ils espéraient relancer le dialogue. «Nous devions présenter fin juillet-début août une série de propositions aux Iraniens, confirme un diplomate, elles concernaient tous les volets : cadre politique, coopération économique et nucléaire, garanties de sécurité.» En contrepartie, Téhéran devait donner des «garanties objectives» que son programme nucléaire ne serait pas utilisé à des fins militaires.

On sait encore peu de chose des intentions de Mahmoud Ahmadinejad. Sinon qu'il entend poursuivre les discussions, mais qu'il estime que les négociateurs iraniens se sont «couchés» devant les Européens. Enfin, il considère que Téhéran est en position de force, avec notamment de bonnes cartes économiques dans la main. La bombe n'est pas sa priorité, mais la maîtrise nucléaire donne à l'Iran rang de puissance technologique.

Sans repartir de zéro, les négociations devraient être retardées. «Le plus probable est qu'elles reprennent, avec une équipe de négociateurs iraniens remaniée, puisque Mahmoud Ahmadinejad a critiqué directement leur chef Hassan Rohani, pourtant nommé par le guide», explique Bruno Tertrais, maître de recherches à la FRS (Fondation pour la recherche stratégique). On entrerait alors dans un scénario proche de celui du début 2004, quand les Iraniens essayaient de grignoter l'accord de 2003 en reprenant leur programme. «Mais ce n'est pas lui qui décide tout seul, rappelle Bruno Tertrais, sur ce dossier, Khamenei reste le décideur ultime.»

Un signal inquiète les diplomates. La rapidité avec laquelle le Pakistan a salué l'élection du candidat ultraconservateur, en formulant l'espoir que les relations entre les deux pays voisins se renforcent. Pourquoi pas dans le domaine nucléaire ? Le père de la bombe atomique pakistanaise, Abdul Kader Khan, a été soupçonné d'échanges inavouables avec – entre autres – le régime des mollahs.

Un axe «proliférant» qui fait ressurgir le spectre de la «bombe islamique». Et le risque d'une crise majeure, voire de frappes préventives israéliennes.

Rumsfeld reconoce que EE.UU. ha tenido conversaciones con los insurgentes de Irak 

ABC (Madrid)
por EMILI J. BLASCO

LONDRES. Washington ha abierto conversaciones con grupos insurgentes iraquíes con el intento de parar la escalada de violencia que se está produciendo en los últimos meses y conseguir la estabilización de Irak. El secretario de Estado norteamericano, Donald Rumsfeld, confirmó ayer que estos contactos entre representantes de EE.UU. y líderes insurgentes se están produciendo, tal como horas antes había desvelado el londinense The Sunday Times.

Rumsfeld no dio más detalles y únicamente indicó en declaraciones a la cadena de televisión Fox que que ese tipo de encuentros también se están llevando a cabo en Afganistán. «La primera cosa que quieres es dividir a la gente y que algunos te ayuden. Yo no haría de ello un gran asunto, me parece que la atención a esto es desmedida», manifestó.

Aunque ya la revista Time detectó el pasado mes de febrero alguna aproximación entre mandos militares norteamericanos e insurgentes, las reuniones celebradas el 3 y el 13 de junio constituyen, según el diario británico, las primeras conversaciones formales entre ambas partes. Estas se producen en medio de una creciente preocupación de la Casa Blanca, que ha visto cómo la actividad terrorista ha matado a más de mil personas en Irak desde que en abril se constituyó el nuevo Gobierno iraquí. Mañana está previsto que el George Bush se dirija por televisión a su país para tranquilizarle ante el aumento de víctimas norteamericanas.

Hora y media de reunión

De acuerdo con la información publicada por The Sunday Times, suministrada por fuentes iraquíes presentes en los encuentros, a la reunión de hora y media celebrada el 3 de junio en la localidad de Balad, a unos sesenta kilómetros al norte de Bagdad, acudió una delegación norteamericana de cuatro personas, fuertemente custodiada e integrada por un militar de alta graduación, un oficial de inteligencia, un cargo civil del Congreso y un representante de la Embajada en Bagdad.

Por parte insurgente se presentaron líderes de los grupos Ansar al-Sunna, que ha protagonizado numerosos ataques suicidas y en Navidad mató a 22 personas en el comedor de una base norteamericana de Mosul; el autodenominado Ejército Islámico en Irak, que en agosto asesinó al periodista italiano Enzo Baldoni; el Ejército de Liberación Iraquí; Jaish Mohammed, y otras pequeñas facciones. La cita del 13 de junio fue con otras dos formaciones insurgentes menos conocidas, Thawarat al-Ishreen y el Consejo Shoura de Mujaidines.

Las citas fueron preparadas por Ayham al-Samurai, un musulmán suní exiliado veinte años en EE.UU. y que regresó al país tras la caída de Sadam para ocuparse de cartera de Electricidad en el Gobierno interino. El objetivo de la operación era tantear algún tipo de acuerdo con los rebeldes iraquíes y separarlos de los militantes islámicos extranjeros que llegan para sumarse al grupo capitaneado por Abu Musab al-Zarqaui, líder de Al-Qaida en Irak, que no fue invitado a las conversaciones.

Sin ningún acuerdo

Los contactos terminaron sin ningún tipo de acuerdo, con el único compromiso de volverse a reunir en el futuro. Los insurgentes reclamaron que se fije un calendario para la retirada de las tropas de la coalición, incluso aunque su presencia pudiera prolongarse otros cinco años; que haya una compensación económica de EE.UU. por el daño causado con la invasión, y que un representante de la ONU se sume a las conversaciones.

La delegación norteamericana respondió que esas demandas serían trasladadas a Washington y lo único que ofreció fue sugerir la posibilidad de entregar los prisioneros en manos de la coalición en el caso de que los insurgentes se desarmen. Su petición de que cesen todo apoyo a Al-Zarqaui fue desestimada por uno de los iraquíes presentes, que indicó que «no se puede abandonar a ningún musulmán que ha venido a nuestro país para ayudar a defendernos».

Interés de EE.UU.

De todos modos, los representantes de EE.UU. parecieron más interesados en reunir información de sus enemigos, mediante constantes preguntas acerca de su estructura y capacidad de combate que irritaron a sus interlocutores, que en delimitar un posible temario de negociaciones.

Uno de los grupos mencionados por The Sunday Times negó su participación en esos contactos. Ansar al-Sunna emitió un comunicado por internet en el que desmintió «categóricamente» haber celebrado una reunión con «ningún cruzado o apóstata» e indicó que la guerra santa «es la única manera de restaurar la dignidad de esta nación».

Irán, el Corán y la democracia imposible 

ABC (Madrid)
por Luis Ignacio PARADA

NADA más ganar la segunda vuelta de las elecciones, el nuevo presidente de Irán, el ultraconservador, populista y defensor de los valores islámicos Mahmud Ahmadineyad se ha comprometido a hacer de Irán una democracia moderna, avanzada e islámica. Es como si hubiera afirmado que se propone hacer espuma de jabón con residuos de plomo. El imprevisto triunfo de su candidatura confirma la reconquista de todos los órganos de poder en Irán por parte del sector más integrista, fiel de la revolución del ayatolá Jomeini. Y eso es incompatible con la democratización del país, ya que incluye la aceptación de la sharia.

El Parlamento y el Gobierno, los únicos órganos electivos del régimen iraní que durante los últimos ocho años han estado en manos de políticos reformistas, han sido reconquistados por el entorno más próximo del sucesor del ayatolá Jomeini, que ostenta todavía y de modo vitalicio su cargo de máxima autoridad política y religiosa y dirige personalmente los auténticos centros de poder en el país: las Fuerzas Armadas, la Policía, los jueces, la radio y la televisión.

Según Freedom House, una organización de estudios políticos que elabora un ranking de democracias en el mundo, hay 71 países que no pueden considerarse auténticamente democráticos. Casi la mitad de ellos tienen mayorías islamistas y en su legislación civil y penal siguen las enseñanzas de la sharia, que no ha sido nunca derogada, salvo en su vertiente mercantil porque prohíbe la existencia de las Bolsas de valores. No hay democracia posible donde la religión dice que los hombres están un grado por encima de las mujeres y la sharia, frente al propio Corán, admite la pena de lapidación por adulterio. El resurgimiento del fanatismo político y místico impuesto por dirigentes religiosos no podrá evolucionar nunca hacia la democracia. Porque la sharia se administra como un ejercicio de poder ignominioso incluso en contradicción con las enseñanzas religiosas en las que dice apoyarse.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?