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domingo, novembro 30, 2003

Índice de hoje 

- A maldição da perestroika
- Solução pode exigir três Iraques
- EUA a sorrir com mais uma desvalorização do dólar
- Marques Mendes contra PM e MF

A maldição da perestroika 

The Times (transcrito do Estado de S. Paulo)

MICHAEL BINYON
LONDRES - Ninguém na ex-União Soviética se surpreendeu com os rumores de que Eduard Shevardnadze fugira para a Alemanha depois de sua dramática renúncia. O homem festejado no Ocidente como um dos profetas da perestroika (reconstrução) está sem honra no próprio país.
Shevardnadze é considerado por muitos um homem que destruiu a Rússia duas vezes: primeiro ao abrir mão do império na Europa Oriental, e depois ao se retirar para a Geórgia para liderar a oposição a Moscou a partir de uma de suas antigas repúblicas.
O ex-ministro do Exterior soviético, de 75 anos, é visto pelo Ocidente como um herói político e dos direitos humanos, o homem que pôs fim a anos de política externa repressiva sob o cruel Gromyko e levantou a cortina de ferro. Já os russos o vêem de maneira bem diferente: o instrumento dos interesses ocidentais que, precipitando a morte do Pacto de Varsóvia, fez da superpotência russa um fracasso.
Mas a Rússia de hoje ergue-se sobre as liberdades concedidas por Shevardnadze e Mikhail Gorbachev, dois ex-comunistas que perceberam que o velho sistema não poderia continuar.
Quinze anos mais tarde, depois de uma década de corrupção, inflação, desrespeito à lei, colapso da qualidade de vida e um fim esmagador do status de superpotência, os homens que dissolveram o império soviético são amplamente vistos como criminosos, políticos que traíram seu país.
Os russos raramente são gratos a seus líderes. Eles respeitam só aqueles a quem temem, homens cuja palavra é lei e encarnam a tradição autoritária que, dizem os russos, é essencial para manter unido seu vasto país. Os russos passaram décadas sofrendo sob o comunismo, sonhando com a liberdade política e pessoal. Mas quando ela chegou, eles a agarraram como permissividade e consideraram tolos e fracos os homens que os libertaram - Gorbachev e depois Boris Yeltsin. Só Vladimir Putin, um líder que reflete o desejo nacional de ordem e disciplina e os velhos métodos do autoritarismo, é reverenciado como um verdadeiro patriota.
Os sonhos de Putin de uma Rússia revitalizada, no entanto, dependem de uma nova geração de empresários impetuosos e intelectuais ocidentalizados e de uma classe média com horizontes globais. Nenhum deles poderia ter surgido se o sistema comunista não tivesse sido derrubado por Gorbachev. Os produtos que agora enchem as lojas nunca teriam sido possíveis se Gorbachev e Yeltsin não tivessem tentado reformar os preços, pôr fim aos custosos subsídios e apresentar os russos às brutalidades do mundo real, onde o Estado não assume a responsabilidade por tudo. Por que, então, os jovens políticos de hoje e os nomeados de Putin não honram os reformistas, os Gorbachevs e Shevardnadzes que começaram uma revolução sem o banho de sangue dos bolcheviques? A razão é que a maioria das pessoas via a perestroika como um beco sem saída, uma tentativa condenada de reformar um sistema irreformável.
Gorbachev impressionou as pessoas no início, com sua franqueza e acessibilidade. Ele falava em transformar o comunismo soviético numa espécie de social-democracia sueca. Nas ruas, porém, pouca coisa mudou: o velho sistema continuou, só que pior. A escassez aumentou, a KGB continuou tão poderosa como sempre, os reformistas não progrediram e o sistema permaneceu resistente a críticas. A desilusão se espalhou rapidamente, e quanto mais Gorbachev falava, menos as pessoas acreditavam nele.
O mesmo, tristemente, vale para Shevardnadze. Ele voltou à Geórgia depois do colapso da União Soviética como um herói, um filho que havia conquistado respeito e feito conexões ao redor do mundo. Ele era visto como o homem que poderia tirar a Geórgia da corrupção, da criminalidade e do partidarismo que destruíram os primeiros dois anos de independência.
Mas os georgianos logo descobriram que Shevardnadze não poderia lhes dar isso.
Milhões de dólares entraram, especialmente do Ocidente, mas a corrupção engoliu tudo. O veterano líder, que havia sido trazido como chefe do partido para erradicar a corrupção nos anos 70, parecia incapaz de impedir seus simpatizantes de enriquecer às custas do público. Seu círculo de amigos e parentes manteve todo o poder, e uma geração nova e mais bem educada, com experiência ocidental e sem tempo para as velhas ineficiências, encontrou o caminho para o poder bloqueado. Ele, como Gorbachev, deixou o poder desacreditado.

Solução pode exigir três Iraques 

The New York Times (transcrito do Estado de S. Paulo)

LESLIE H. GELB
A nova estratégia do presidente George W. Bush de transferir rapidamente o poder para os iraquianos e as opções de seus críticos compartilham uma falha fundamental: todas ligam os EUA a um Iraque unificado, artificial e integrado a partir de três comunidades étnicas e sectárias distintas. Isto só foi possível no passado com a aplicação da força brutal e esmagadora.
Bush quer manter o Iraque unido conduzindo eleições democráticas no país todo. Porém, reafirmando o contrário diariamente, ele apenas espalha rumores devastadores sobre uma retirada americana.
Enquanto isso, senadores influentes pedem mais e melhores tropas americanas para derrotar a insurgência. No entanto, nem a Casa Branca, nem o Congresso deverão aprovar o envio de mais soldados.
E então há o pedido, partindo principalmente de fora do governo americano, de internacionalização da ocupação do Iraque. A hora do multilateralismo, no entanto, pode já ter passado. Até as Nações Unidas estremecem diante de uma responsabilidade tão apavorante.
A única estratégia viável, portanto, pode ser a correção da falha histórica e caminhar em estágios rumo a uma solução de três Estados: curdos no norte, sunitas no centro e xiitas no sul.
Isto permitiria, quase imediatamente, que os EUA pusessem seu dinheiro e suas tropas onde elas fariam o maior bem rapidamente - com os curdos e xiitas. Os EUA poderiam retirar a maior parte de suas forças do chamado triângulo sunita, ao norte e a oeste de Bagdá, poupando-as, em grande parte, de lutar numa guerra custosa que podem não vencer.
Os funcionários americanos então poderiam esperar até que os problemáticos e dominadores sunitas, sem petróleo ou receitas do petróleo, moderassem suas ambições ou sofressem as conseqüências.
Esta solução de três Estados foi impensável em Washington por décadas.
Depois da revolução iraniana de 1979, acreditou-se que um Iraque unido era necessário para fazer frente a um Irã antiamericano. A partir da Guerra do Golfo, em 1991, um Iraque unificado foi considerado essencial para evitar que vizinhos como Turquia, Síria e Irã abocanhassem os pedaços e provocassem guerras mais amplas.
Mas os tempos mudaram. Os curdos são consideravelmente autônomos há anos e Ancara tem suportado isso. Enquanto os curdos não caminharem precipitadamente rumo a um Estado nem incitarem insurgências na Turquia ou no Irã, estes vizinhos aceitarão sua autonomia. É verdade que uma região xiita com governo próprio poderia se tornar um Estado teocrático ou cair na influência iraniana. Mas por enquanto nenhuma dessas hipóteses parece provável.
Há um precedente favorável a uma estratégia de três Estados: a Iugoslávia depois da 2.ª Guerra Mundial. Em 1946, o marechal Tito juntou grupos étnicos altamente díspares numa Iugoslávia unificada. Tito, um croata, governou o país em Belgrado entre os sérvios, majoritários e historicamente dominantes.
Por meio de política hábil e personalidade, ele manteve a paz.
Quando Tito morreu, em 1980, várias partes da Iugoslávia rapidamente declararam independência. Os sérvios, com Forças Armadas superiores e a arrogância de governantes tradicionais, atacaram brutalmente os muçulmanos bósnios e os croatas.
Os europeus e americanos protestaram, mas - numa atitude surpreendente e imperdoável - pouco fizeram de início para evitar a violência. Eles acabaram dando aos muçulmanos bósnios e aos croatas os meios para revidar, e os sérvios aceitaram a separação.
Mais tarde, quando os albaneses na província sérvia de Kosovo se rebelaram contra seus cruéis mestres, os Estados Unidos e a Europa tiveram de intervir de novo. O resultado será a autonomia ou a condição de Estado para Kosovo.
A lição é óbvia: a força esmagadora representava a melhor chance de manter a Iugoslávia unida, e mesmo isso fracassou no final. No meio tempo, o custo de impedir os Estados naturais de emergir foram terríveis.
Os ancestrais dos xiitas, sunitas e curdos de hoje já estavam na Mesopotâmia antes da história moderna. Os xiitas de lá, diferentemente dos xiitas de outros lugares no mundo árabe, são maioria. Os sunitas da região gravitam em direção ao pan-arabismo. Os curdos, que não são árabes, falam a própria língua e sempre alimentaram o próprio nacionalismo.
Os otomanos governaram todos os povos dessa terra respeitando sua situação:
separadamente. Em 1921, Winston Churchill juntou as três partes em nome do petróleo, sob um monarca apoiado pelas Forças Armadas britânicas. O Partido Baathista assumiu nos anos 60, com Saddam Hussein consolidando o controle em 1979, mantendo a unidade por meio do terror e com a ajuda ocasional dos EUA.
Hoje, os sunitas têm um interesse muito maior num Iraque unido que os curdos ou xiitas. O centro do país é quase todo sem petróleo e, sem as receitas do petróleo, os sunitas logo se tornariam primos pobres.
Os xiitas poderiam gostar de um Iraque unido se o controlassem - o que poderiam fazer se aquelas eleições que Bush promete chegarem a ocorrer. Mas os curdos e os sunitas provavelmente não aceitariam o controle xiita, não importando quão democraticamente ele fosse obtido. Os curdos não têm o menor interesse em qualquer autoridade central forte, algo que nunca foi bom para eles.
Uma estratégia de dividir o Iraque e caminhar para uma solução de três Estados seria baseada nessas realidades. A idéia geral é fortalecer os curdos e xiitas e enfraquecer os sunitas, e então esperar para decidir parar na autonomia ou encorajar a condição de Estado.
O primeiro passo seria transformar o norte e o sul em regiões com governo próprio, com fronteiras traçadas o mais próximo possível das linhas étnicas.
Dar aos curdos e xiitas a maior parte dos bilhões de dólares aprovados pelo Congresso americano para a reconstrução. Em troca, exigir eleições democráticas dentro de cada região, além de proteções para as mulheres, as minorias e a mídia noticiosa.
Em segundo lugar e simultaneamente, reduzir gradualmente as tropas americanas no triângulo sunita e pedir às Nações Unidas que supervisionem a transição para o governo autônomo na região. Isto deveria levar de seis a nove meses; sem poder e dinheiro, os sunitas podem causar problemas.
Por exemplo, eles poderiam punir as substanciais minorias deixadas na região central, particularmente as grandes populações curda e xiita em Bagdá. Estas minorias precisam ter o tempo e os recursos necessários para se organizar e fazer seus acordos, ou ir para o norte ou para o sul. Esta seria uma empreitada confusa e perigosa, mas os EUA iriam - e deveriam - pagar pelos movimentos populacionais e proteger o processo com a força.
Os sunitas também poderiam provocar insurgências nas regiões curda e xiita.
Para reagir a isso, os EUA já teriam reposicionado a maior parte de suas tropas ao norte e ao sul do triângulo sunita, onde poderiam armar e treinar os curdos e xiitas, caso fossem solicitados.
A terceira parte da estratégia giraria em torno da diplomacia regional.
Todas as partes esperarão o pior umas das outras - não sem razão. Todas precisarão de garantias de segurança. E se as três regiões autônomas forem receber a condição de Estados, isto só deverá ser feito com o consentimento de seus vizinhos.
Os sunitas poderiam surpreender e se comportar bem, tornando possível uma única confederação, sem vínculos rigorosos. Ou talvez todos eles tivessem de viver com simples autonomia, de modo semelhante a Taiwan em relação à China.
Durante décadas, os EUA cultuaram um Estado iraquiano unificado, embora artificial. Permitir que as três comunidades dentro desse falso Estado surjam pelo menos como regiões com governo próprio seria difícil e perigoso.
Washington teria de ser muito fria e severa para planejar esse rompimento.
Mas tal percurso é possível, e até mesmo necessário, pois nos permitiria encontrar o futuro do Iraque em seu passado negado, mas natural.

EUA a sorrir com mais uma desvalorização do dólar 

Estado de S. Paulo

ALBERTO TAMER
E está acontecendo exatamente o que os EUA queriam. O dólar chegou, na sexta-feira, ao nível mais baixo desde a criação do euro, em 1999. A moeda européia ficou acima de US$ 1,20, com tendência ainda de maior subir mais.
O dólar caiu 13% desde o início do ano, estimulando as exportações principalmente para a Eurozona e outros países que não operam sua área. Já surgiram os sinais de retração das vendas externas européias, menos 3,8% até setembro em relação ao ano passado. E deverão acentuar-se ainda mais se o Fed, banco central americano, continuar mantendo sua atual política monetária de juros baixos, negativos, e injeção de dólares no mercado, quer seja para financiar o déficit fiscal quer seja para incentivar as exportações com o objetivo de sustentar o atual crescimento econômico, dependente, ainda, fortemente do mercado interno. As exportações até setembro aumentaram apenas 2,8% enquanto as importações cresceram 8,6%, mantendo ainda um déficit comercial superior da ordem de US$ 530 bilhões. E, para ambos os casos, a receita do Fed é um dólar mais fraco e juros baixos ainda por algum tempo, mesmo porque não há qualquer risco de inflação. Maior demanda interna com a promessa de manter juro negativo e maior demanda externa com um dólar que torna os produtos americanos mais competitivos. E o que Greenspan está fazendo com grande êxito é exatamente o oposto do que o Banco Central Europeu tem feito até agora, com enorme fracasso, punindo governos e empresas da zona do euro. O BCE mantém juros relativamente altos, 2,5%, para conter, ou, como dizem "administrar" a demanda e evitar uma inflação superior a 2%. Ao reafirmar na semana passada essa política, mesmo quando o euro já estava se valorizando perigosamente em face do dólar, dificultando as exportações européias. Isso é mais acentuado nas vendas para os EUA, a China, que atrelou sua moeda ao dólar, e o Japão que já gastou só em novembro US$ 14,6 bilhões, para sustentar um iene desvalorizado. Só assim conseguirá continuar competindo no mercado internacional.
Com demandas interna e externa decrescentes, o resultado é que os 12 países da Eurozona, com um PIB de mais de US$ 8 trilhões, estão agarrando-se a um PIB minguado de 0,4% para não escorregar ainda mais.
Os resultados são flagrantes. Nos EUA, Greenspan escancara as duas portas do crescimento e, na Eurozona, o BCE as fecha sob o falso argumento de que os maiores perigos são a inflação e o controle do déficit fiscal, já não respeitado pela França e a Alemanha. Para estes dois países, a prioridade é crescer, mesmo com o risco provisório de uma inflação alta, que na verdade não existe, e de um déficit acima do acertado se ele decorrer de investimentos que geram produção, empregos, riqueza e, conseqüentemente, maior arrecadação. As perdas atuais serão compensadas pelos ganhos futuros.
Tudo isso, associado a uma política já em estudos embora incipientes, é verdade, de reformas estruturais, poderá fazer com que o maior bloco econômico do mundo possa superar esta fase dolorosa que está levando para o desastre da recessão.
O BCE ganhou mais um argumento, igualmente falso, sexta-feira, quando o Eurostar divulgou previsão de alta da inflação de 2%, em outubro, para 2,2% em novembro. A Grã-Bretanha que não se associou à Eurozona está com inflação de 2,7% e um crescimento constante em torno de 2% e 2,5%, contido apenas pelo peso dos seus parceiros da comunidade européia. E o desemprego de 5,1% da força de trabalho, assim mesmo em queda, é o mais baixo do grupo do G-7 e quase a metade do que castiga a França e a Alemanha.

Especulações
Há muitas especulações a respeito das causas dessa queda mais acentuada, que, diziam alguns, pode ser o início de uma desvalorização brusca, indesejável e até mesmo perigosa. Para alguns, como Michael Schubert, isso provocado por um mercado estreito, devido ao feriado do Dia de Ação de Graça, de quinta-feira, nos EUA. "Havia muito dólar para pouco compradores." Mas ele e outros descartam a hipótese de ter sido só queda passageira. O recuo mais forte de sexta, somado aos dos dias anteriores, provocou uma onda de especulação, e o dólar pode romper ainda mais o ponto e resistência de US$ 1,20. Stephan Jean, do Morgan Stanley, diz que mesmo a US$ 1,20, e desvalorizações idênticas diante das principais moedas, o dólar está ainda valorizado entre 5% e 10%. O que está acontecendo agora é o início de uma correção, "num processo inacabado em que se realizou só 75%".

Para o Fed, tudo bem
O que todos confirmam é que o Fed está avalizando essa desvalorização do dólar. Greenspan condena um aumento do déficit fiscal americano, mas aceita o desafio de conseguir financiá-lo com injeção de dólares no mercado via lançamento de títulos do governo, ou simplesmente com investimentos externos. Ele já afirmou que o resultado de um crescimento sustentado compensa os riscos que está correndo. Vai manter a política de não intervir, de deixar o dólar seguir "a tendência do mercado", isto é de queda, mesmo porque, para ele, o déficit comercial, da ordem de US$ 530 bilhões, somente poderá ser corrigido pelo aumento das exportações. E isso porque as importações só tenderão a aumentar, mesmo com um dólar valorizado, se a economia continuar crescendo . Será preciso cada vez mais produtos para atender o consumidor americano, faminto e voraz.

Marques Mendes contra PM e MF 

Público

Por ANÍBAL RODRIGUES
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Mendes, considera "um grande erro" a recusa dos Quinze (Portugal incluído), em sancionar Alemanha e França devido aos seus défices públicos excessivos. "Julgo convictamente que a União Europeia cometeu um grande erro numa péssima altura", afirmou ontem, em Coimbra, durante a sessão de encerramento do seminário "Europa, futuro do passado", na qual substituiu o primeiro-ministro Durão Barroso. Para Marques Mendes, "subtilezas à parte, verdadeiramente o que aconteceu foi um brutal pontapé no Pacto de Estabilidade e Crescimento".
"Daqui em diante, que valor tem o Pacto de Estabilidade e Crescimento e, se tem algum, que estados têm ou não a obrigação de o cumprir? As regras comunitárias, quaisquer que elas sejam, não se aplicam por igual a todos os estados? Que papel fica para a Comissão Europeia?", questionou. Retomando anteriores declarações da sua colega de Governo, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes concordou que o levantamento das sanções "foi mau para a Europa, mau para a moeda única e mau para o projecto europeu".
Já sobre a Constituição europeia, o titular da pasta dos Assuntos Parlamentares defende a realização de um referendo. "Entendo que é importante que ele se realize, uma vez que esta matéria exige debate público e legitimidade popular", declarou, apelando ainda para que a discussão envolva os cidadãos, "e não se passe em circuito fechado". Todavia, prognosticou desde já qual deverá ser o resultado de uma possível consulta popular: "Estou convencido que os portugueses farão claramente uma opção pela plena integração na União Europeia", até porque, na sua opinião, trata-se "de um projecto sem nenhuma alternativa credível".

Constituição pode "chumbar"

E se na visão de Marques Mendes os portugueses deverão aprovar uma Constituição europeia, o mesmo poderá não acontecer com os suecos. O aviso foi deixado pelo eurodeputado Pacheco Pereira, durante o período de debate. "É muito improvável que o texto constitucional passe. Não estou a ver os suecos, que recusaram o euro, a aprovarem", previu, lembrando que "o texto constitucional não passa se houver um país que lhe diga não".
Definindo-se como "europeísta, mas defensor de uma política de pequenos passos", o social-democrata considerou que, "se a Constituição estivesse em vigor aquando da intervenção no Iraque, as divergências entre nações europeias seriam uma gravíssima crise institucional".
O parlamentar europeu avisou ainda que o crescimento de 15 para 25 países "vai trazer para dentro da União um vasto conjunto de problemas". Crítico das indefinições da política externa europeia, Pacheco Pereira defendeu a necessidade da União assumir uma estratégia em relação à Rússia, país que, caso estivesse estabilizado, na sua opinião, "retomaria muitos dos objectivos [expansionistas] da União Soviética, assim como esta retomou princípios czaristas".

sábado, novembro 29, 2003

Índice de hoje 

- "Solar Impulse" voará em 2007 a energia solar
- O Japão redescobre... a inflação
- Até 2050 podem desaparecer todos os grandes primatas
- Que se passa com a saúde de Tony Blair?
- Navios podem ser o próximo alvo do terror

"Solar Impulse" voará em 2007 a energia solar 

Le Temps

«Faire quelque chose de futuriste mais qui ne pollue absolument pas.» Tel est le nouveau défi dans lequel se lance Bertrand Piccard. «Solar Impulse» sera aussi grand qu'un Airbus, deux fois plus léger qu'un planeur de même taille et couvert de capteurs solaires. Du moteur aux ordinateurs de bord en passant par le chauffage, il fonctionnera entièrement à l'énergie solaire. Le 1er voyage – 36 heures non-stop – est programmé pour 2007. Au-delà, le psychiatre vaudois espère promener son engin autour du monde pour promouvoir les énergies renouvelables.
Les défis technologiques sont nombreux: accumuler assez d'énergie pour permettre à l'avion de continuer à voler de nuit. Mettre au point des matériaux légers et intelligents, capables de s'autoréparer. Et développer une interface aussi parfaite que possible entre le pilote – Bertrand Piccard lui-même – et la machine qui l'aidera à guider l'aéronef. Des défis auxquels l'EPFL s'est étroitement associée, comme elle l'avait déjà fait pour le Défi suisse.

O Japão redescobre... a inflação 

Le Figaro

Arnaud Rodier
Il ne faut pas crier victoire, mais le Japon pourrait bien être en passe d'en finir avec la déflation qui empêchait l'archipel de redécoller. Pour la première fois depuis avril 1998, les prix à la consommation, hors produits frais, ont progressé en octobre de 0,1 % sur un an, selon les statistiques publiées vendredi par le gouvernement. Par rapport au mois se septembre, leur hausse est également de 0,1 %. Ce chiffre doit toutefois être relativisé. En effet, les prix à la consommation pour la seule région de Tokyo, qui sont censés préfigurer l'évolution future dans le reste du pays, sont eux toujours en baisse de 0,2 %.
Ce rebond inattendu s'inscrit néanmoins dans la foulée de l'amélioration d'autres indicateurs qui semblent bel et bien illustrer un redémarrage réel de l'économie nipponne. La production industrielle a ainsi augmenté de 0,8 % le mois dernier, grâce notamment à la bonne tenue des exportations (+ 2,8 % au troisième trimestre) et des ventes de voitures et de circuits intégrés. Les trois grands constructeurs, Nissan, Toyota et Honda, ont vu leur production globale (Japon et reste du monde) exploser de respectivement 13,1 %, 10 % et 6,8 % en octobre. De leur côté, les mises en chantier de logements neufs ont également progressé de 1 % le mois dernier. Celles destinées à des logements directement occupés par leurs propriétaires ont même augmenté plus que la moyenne, à 3,1 %, signe que les particuliers réinvestissent.
Aujourd'hui, le gouvernement Koizumi veut attirer les capitaux étrangers pour redynamiser plus vite l'économie du pays. «Le Japon est très en retard dans sa politique d'accueil des investissements étrangers. Il est resté quasiment fermé puisque les investissements directs n'y représentent que quelques pour cent de l'investissement japonais à l'étranger», avoue Haruo Shimada, président du Japan Investment Council. Mais il lui faut lever encore de nombreuses barrières dans les télécommunications, les services bancaires, le transport aérien.
L'OCDE, dans son rapport publié mercredi dernier, reconnaissait que le pays s'était «redressé de façon étonnante» et prévoyait, du coup, une croissance de 2,7 % du produit intérieur brut (PIB) pour cette année, puis de 1,8 % pour les deux années suivantes. L'Organisation de coopération et de développement économiques, qui doit dévoiler une étude détaillée sur l'archipel mardi prochain, précisait que de sérieux «progrès ont été faits pour régler les problèmes du secteur bancaire» où les créances douteuses des principaux établissements du pays ont été ramenées à 7,2 % du total des prêts. Un résultat qui devrait permettre au gouvernement d'atteindre son objectif de 4 % en mars 2005. Mais l'OCDE ajoutait cependant que «la reprise, limitée à certaines industries manufacturières, ne sera probablement pas assez forte pour réduire sensiblement le chômage ou mettre un terme à la déflation».
Un chômage qui continue d'inquiéter les consommateurs. Il a encore progressé de 0,1 % en octobre, à 5,2 % contre 5,1 % en septembre. S'il diminue légèrement pour les hommes (5,4 % au lieu de 5,5 %), il augmente pour les femmes (4,9 % contre 4,7 %). Il pèse sur les dépenses des ménages salariés qui ont encore reculé de 1,1 % le mois dernier. La Bourse, loin de s'emballer, préfère jouer l'attentisme.
Elle a terminé vendredi en baisse de 0,62 %. Elle réagit comme si l'ensemble de ces indicateurs n'était pas suffisant pour assurer une reprise durable de l'économie japonaise.
Ce jugement est partagé par la Banque du Japon qui estime qu'il n'est pas question d'en finir avec la politique des taux zéros. Prudente, elle ne veut pas changer d'attitude tant que le pays n'aura pas renoué avec une inflation durable d'au moins 1 %. On en est encore loin.

Até 2050 podem desaparecer todos os grandes primatas 

Le Figaro

Gorilles, chimpanzés, bonobos, orangs-outans sont menacés par la destruction de leur habitat forestier
Les hommes se mobilisent pour les grands singes
Une réunion d'urgence pour sauver les grands singes s'est tenue cette semaine à Paris. Organisée par le Programme des Nations unies pour l'environnement (Pnue) et l'Unesco, elle a rassemblé pour la première fois dans un même lieu dix-sept des vingt-trois pays d'Afrique et d'Asie du Sud-Est concernés, des bailleurs de fonds, des agences de l'ONU et des ONG pour élaborer «tous ensemble une stratégie de survie». Elle préparait la prochaine réunion du projet de survie des grands singes (Grasp) prévue en 2005. Il reste beaucoup à faire: la somme minimale de 25 millions de dollars estimée nécessaire pour protéger ces animaux n'a pas encore été recueillie.

Isabelle Brisson
La réduction de l'habitat des grands singes d'Afrique et d'Asie du Sud-Est est la première cause de leur disparition. La pénétration de plus en plus profonde de l'homme dans la forêt pour exploiter le bois, extraire du minerai ou cultiver le sol perturbe les écosystèmes. Si l'homme ne veille pas attentivement à conserver la forêt intacte, il sera responsable de la disparition de ce proche cousin avant une cinquantaine d'années, indiquent les experts du projet pour la survie des grands singes (Grasp).
Bien que le comptage soit très difficile, le seul orang-outan endémique d'Asie du Sud-Est est classé «globalement menacé» par l'Union mondiale pour la conservation de la nature (UICN). Ashley Leiman, directrice de l'Orangutan Foundation, estime à environ 6 000 à 7 000 le nombre d'individus restant à Sumatra et à environ 20 000 ceux vivant encore à Bornéo. «Depuis vingt ans, 80 % de l'habitat de ce singe a disparu. Dans dix à vingt ans, à moins que l'on ralentisse la perte de son habitat, il n'en restera plus un seul», ajoute-t-elle.
Le chimpanzé a déjà disparu du Bénin, du Togo et de la Gambie et pourrait s'éteindre au Sénégal. Il resterait environ 2 400 chimpanzés au Ghana et moins de 200 en Guinée-Bissau. Le chimpanzé et le bonobo (chimpanzé pygmée), qui ne vit qu'au Congo, sont classés «menacés» par l'UICN pour chacune de ses quatre sous-espèces. Quant au gorille, sa situation n'est pas meilleure. On dénombre 600 gorilles des montagnes en Ouganda, au Rwanda et dans la République démocratique du Congo (RDC) où l'on a enregistré 80 % de diminution à cause notamment de l'extraction de coltan, un minerai utilisé pour fabriquer les ordinateurs et les téléphones portables.
«Il est difficile d'empêcher les Africains de prendre des ressources dans la forêt comme ils peuvent, explique Jillian Miller, directrice du Dian Fossey Gorilla Fund à Londres (Angleterre). Ils sont très pauvres. Leur niveau de vie est encore plus faible que celui des Asiatiques. Ils n'hésitent pas à vendre du bois, de la viande de singe et d'autres ressources naturelles pour nourrir leur famille.»
Jusqu'à présent, personne n'a réussi à arrêter l'hécatombe. Pour la ralentir, il faut mettre en place une alternative pour les cultures et trouver un élevage de substitution pour la consommation de viande. Reste aussi à mettre au point un plan de gestion de la biodiversité avec les industriels et des projets d'écotourisme viables. S'assurer que le bois acheté provient d'une forêt gérée selon de nouvelles normes écologiques...
Hormis la destruction de la forêt, les autres menaces qui pèsent sur les singes sont les guerres civiles, le commerce d'animaux vivants et le braconnage, aggravés par la présence du virus Ebola. La création de zones protégées ou de réserves, y compris transfrontalières, s'avère indispensable et urgente pour sauver les grands singes. «Ce que l'on a fait jusqu'à maintenant est insuffisant», affirme Ian Redmond, primatologue pour le programme Grasp. Il est très important que les pays se parlent au niveau des gouvernements et veillent à faire appliquer les lois.
Né à Nairobi en 2000, le projet de survie des grands singes (Grasp) a été lancé en mai 2001. Aujourd'hui, 17 des 23 pays abritant des singes ont établi des mesures de protection ayant abouti à la rédaction de plans nationaux. Le Royaume-Uni figure parmi les premiers donateurs avec la Belgique, la Norvège et, tout récemment, l'Allemagne. Les Etats-Unis et le Japon devraient suivre alors que la France ne s'est pas encore manifestée. Cette opération de la dernière chance réussira-t-elle le sauvetage des grands singes? Elle aura au moins le mérite de l'avoir tenté.

Que se passa com a saúde de Tony Blair? 

ABC

EMILI J. BLASCO CORRESPONSAL
BELFAST. Tony Blair llegó al liderazgo del Partido Laborista en 1994 tras la súbita muerte de John Smith, que sufrió un ataque al corazón. La repentina desaparición de quien parecía que iba a batir finalmente a los conservadores de John Major fue decisiva para la maniobra interna que permitió el ascenso de Blair y dejó en la estacada a Gordon Brown, ministro de Hacienda desde el triunfo electoral de 1997.
Ese dramático precedente en la historia del Laborismo hace que los medios británicos se entretengan en la consideración del riesgo de una inesperada grave enfermedad de Blair cada vez que sufre una urgencia. Y aunque siempre que ésta ocurre, el primer ministro sale a la puerta del número 10 de Downing Street asegurando que se encuentra bien, la poca transparencia de su Gabinete de Prensa, que indefectiblemente primero niega cualquier anomalía, contribuye a no fiarse del todo del anunciado restablecimiento.

Viejas molestias

Que puede haber más de lo que oficialmente se acepta estaría avalado por testimonios atribuidos a Isabel II y a Bill Clinton. Tras la arritmia cardiaca que Blair sufrió hace seis semanas, el ex presidente norteamericano habría comentado, según han publicado varios medios, que su amigo británico ya le había explicado tiempo atrás algo acerca de algunas molestias en el corazón. Un reportero infiltrado en el Castillo de Windsor, por su parte, ha escrito que la Reina acogió con preocupación la noticia de que su primer ministro había ido a visitar al cardiólogo y comentó a un sirviente que atendía la mesa que Blair ya había tenido ligeros problemas de corazón.
La acelerada actividad de Blair durante la guerra de Irak, la presión interna que ésta le supuso entre sus diputados y el complicado Congreso de su partido en septiembre, entre otras razones aducidas, pudo haber desembocado a mediados de octubre en una alteración del ritmo cardíaco que no debería tener más consecuencias si el político toma las prevenciones necesarias. Como destaca Downing Street, Blair tiene una atlética constitución física, es deportista y cuenta con una edad -50 años- en la que no tienen por qué aparecer serias disfunciones.

Dos médicos en el mismo día

Un mal de estómago lo tiene cualquiera, pero toda llegada de un médico a las verjas que dan acceso a la residencia del primer ministro provoca alarma. Sobre todo si acuden dos médicos en veinticuatro horas (el segundo porque se quiso tener una segunda opinión que confirmara que Blair no padecía apendicitis ni otra enfermedad). El dirigente británico comenzó a sentirse indispuesto el miércoles por la tarde en un debate en la Cámara de los Comunes y luego, ya en su casa, dio aviso al médido. El hospital de Chelsea y Westminster fue alertado de que podría acoger el ingreso de Blair, pero finalmente éste no fue necesario.
El complicado escenario creado en Irlanda del Norte con las elecciones del miércoles o de la encuesta que ayer publicaba The Daily Telegraph, que situaba al Partido Conservador dos puntos por delante del Partido Laborista gracias al nuevo liderazgo de Michael Toward, pueden crearle ahora a Blair algunos dolores de cabeza imprevistos.

Navios podem ser o próximo alvo do terror 

Estado de S. Paulo

GILLES LAPOUGE
PARIS - A Organização Marítima Internacional (OMI) é uma entidade da Organização das Nações Unidas. Neste momento, está em sessão anual, em Londres. A OMI está avaliando o perigo de o terror internacional acrescentar os navios que singram os oceanos aos seus alvos habituais.
Os navios são um alvo enorme: 50 mil deles cruzam os mares do mundo.
O estranho é que, salvo em alguns casos isolados, essas embarcações frágeis ainda não tenham sido visadas pelo terrorismo internacional.
Há até alguns casos de navios atingidos nos portos. O destróier americano Cole e o petroleiro francês Limburg são exemplos. Mas é muito pouco, sobretudo se compararmos esses desgastes à freqüência de atos de simples criminalidade, ou seja, ataques lançados por piratas - sobretudo no litoral da Indonésia - para se apoderar das cargas: nos nove primeiros meses de 2003, esse tipo de ocorrência aumentou em 25% - no mundo inteiro.
Pode-se conceber dois tipos de ataques. O primeiro visaria alguns barcos. Os terroristas poderiam transformar um superpetroleiro, um transportador de gás líquido, de produtos químicos ou de plutônio em uma terrível bomba flutuante.
O terror também pode explodir e bloquear um importante local de passagem, por onde cruzam armadas de cargueiros. Os especialistas conhecem bem essas regiões: o Canal de Suez (20 mil navios por ano), no Egito, o Canal do Panamá (10 mil navios), os estreitos de Malaca (275 navios por dia), de Gibraltar e Ormuz.
Nesse caso, seria suficiente lançar um ataque suicida contra um petroleiro, em um desses gargalos de estrangulamento e teríamos uma trombose imediata, um imenso colapso. Uma das grandes artérias mundiais seria atingida com efeitos terríveis.
Entre as zonas sensíveis, há uma escolha: o Estreito de Malaca, entre Sumatra e Malásia. Mais de 10 milhões de barris de petróleo são franqueados ali por dia, ou seja, 13% das reservas mundiais e, em particular, o petróleo do Oriente Médio que vai para o Extremo Oriente.
Ora, esse estreito tem alguns trechos muito apertadíssimos. O Canal de Philips, por exemplo, não ultrapassa os três quilômetros de largura.
Qualquer acidente nesse local paralisaria vastas zonas do Oriente. E se quisermos piorar ainda mais o futuro, podemos lembrar que essa mesma região conta com numerosas plataformas petrolíferas. E sabemos que, diante das novas formas de terrorismo, essas plataformas são muito vulneráveis.

sexta-feira, novembro 28, 2003

Índice de hoje 

- Bush em estado puro
- Produtores usam música para acalmar os perús antes do Natal

Bush em estado puro 

ABC

PERCIVAL MANGLANO
El Día de Acción de Gracias es seguramente la fiesta familiar más íntima de la cultura norteamericana. En una sociedad en la que los lazos familiares son particularmente tenues, es durante el Día de Acción de Gracias -más incluso que en Navidad- cuando la familia norteamericana hace el mayor esfuerzo por reunirse, rezar y pasar un agradable rato junta. Además, se practica una costumbre poco conocida en el resto del mundo: tras haber cenado el famoso pavo, cada uno de los reunidos dice en alto de qué está agradecido por lo acaecido en el año. Es un esfuerzo colectivo por compartir humildad y gratitud por una vida reconocida como privilegiada.
Habrá sido en estas tan íntimas circunstancias que los americanos se hayán enterado del extraordinario gesto político del presidente Bush. Sus sondeos no han dejado de caer desde el final oficial de la guerra en Irak. Pero, dentro de menos de un año tendrá que afrontar su reelección. La campaña presidencial se va a jugar alrededor de dos grandes temas: la economía e Irak. Las últimas noticias económicas han sido alentadoras y parecería que la economía americana está ya en la senda de la recuperación y del crecimiento. Además, esta misma semana el Congreso aprobó una ley que extiende enormemente los beneficios del sistema sanitario Medicare. Los esfuerzos de la Casa Blanca se van a centrar, por lo tanto, en mejorar la situación en Irak.
El Presidente Bush ha recorrido en secreto decenas de miles de kilómetros por pasar dos horas y media con las tropas norteamericanas en el aeropuerto de Bagdad. Este gesto muestra al Bush político en estado puro. Ataviado de una chaqueta militar, el Presidente compartió mesa y mantel con los soldados que se están jugando la vida en Irak e, incluso, sirvió él mismo la comida a algunos de entre ellos.
El mensaje no podría ser más claro: los norteamericanos recogidos y rezando juntos en su mayor celebración familiar deben sentirse agradecidos por el presidente que tienen: un presidente cuya principal misión desde hace dos años es protegerles de la amenaza del terrorismo y que está dispuesto a jugarse la vida para reconocer la labor que están realizando sus soldados en el frente de batalla.
Será la primera buena imagen televisiva que llegue a los americanos desde Irak en muchos meses.

Produtores usam música para acalmar os perús antes do Natal 

Gazeta do Povo/PR

O Natal pode ser estressante, principalmente para um peru. Mas aves relaxadas dão melhor carne para a ceia. Assim, o Sindicato Nacional de Fazendeiros da Inglaterra está adotando medidas para tranqüilizar as aves. Funcionários do sindicato anunciaram, ontem, que estão enviando a 114 granjeiros um CD de sons, incluindo gorjeio de pássaros pela manhã, badaladas de sinos, sons de baleias e gorgolejo de perus felizes para que eles o toquem para sua aves.
"É bem conhecido que uma ave estressada é vítima fácil de doenças", explicou o porta-voz do sindicato. "A maior parte de sua energia é consumida pelo medo em vez do crescimento e aumento de peso", acrescentou o funcionário.

Melhor sabor

Muitos fazendeiros, que já ligam rádios nos galpões, também acham que os perus ficam com melhor sabor. O CD é composto por músicas e sons que, reconhecidamente, mais acalmam as aves. O Sindicato Nacional dos Fazendeiros desenvolveu o plano depois de consultar especialistas em comportamento animal do Roslin Institute, de Edimburgo, onde foi produzida Dolly, a ovelha, o primeiro animal clonado do mundo.

quinta-feira, novembro 27, 2003

Índice de hoje 

- Apesar da Intifada, Arafat investe em fundo de capital de risco de Israel
- Mais um dia de boas notícias para os EUA
- A máquina do orgasmo feminino
- JPP contra o perdão português à França e à Alemanha

Apesar da Intifada, Arafat investe em fundo de capital de risco de Israel 

Le Monde

Marc Roche
Malgré l'aggravation du conflit au Proche-Orient, l'Autorité palestinienne a conservé un investissement de 8 millions de dollars dans une société de capital-risque israélienne : c'est ce qui ressort de la récente publication des détails du portefeuille du Palestine Investment Fund (PIF), le Fonds d'investissement palestinien.
L'existence de ce placement, effectué dans un fonds appartenant à la société israélienne de capital-investissement Evergreen Partners, a été révélée par le ministre palestinien des finances, Salam Fayad. En collaboration avec l'agence de notation américaine Standard & Poor's, il voulait de cette manière améliorer la transparence des finances de l'Autorité afin de rassurer les donateurs internationaux. Certes, cet investissement controversé a été réalisé en 2000, soit avant le déclenchement de la deuxième Intifada.
Toutefois, le président de l'Autorité, Yasser Arafat, qui contrôle de facto le PIF, a maintenu ses avoirs dans ce montage financier israélien immatriculé dans le paradis fiscal des îles Caïman (Antilles). "Le PIF est un excellent partenaire qui respecte ses engagements d'investisseur à long terme. Nos relations sont excellentes et nous espérons qu'elles le resteront à l'avenir", a indiqué Evergreen Partners au quotidien israélien Haaretz. Le PIF ne figure pas sur la liste noire des compagnies liées au terrorisme établie par le gouvernement Sharon, a insisté son porte-parole. A l'écouter, la législation israélienne n'oblige pas les compagnies de capital-risque à divulguer l'identité des investisseurs.
Dans cette période de crispation, les Palestiniens ne sont pas seuls à maintenir des liens d'affaires avec les entrepreneurs israéliens. Des investisseurs originaires de pays musulmans (Malaisie, pays du Golfe, Arabie saoudite), pourtant hostiles à l'Etat hébreu, investissent dans des "fonds de fonds" comprenant des sociétés israéliennes. Le private equity - sociétés en portefeuille - est très en vogue chez les investisseurs arabes. Créé en 1987, Evergreen Partners est l'une des firmes de capital-risque les plus connues de la place de Tel Aviv. Le groupe détient 650 millions de dollars d'actifs, principalement sous la forme de participations dans des entreprises de la "nouvelle économie" très performantes.
"A la recherche de rendement et de plus-value, les investisseurs arabes sont particulièrement friands de haute technologie et de biotechnologies, deux grandes spécialités israéliennes", souligne un observateur londonien. Ainsi, Yasser Arafat n'a pas touché à sa mise dans un autre fonds d'investissement d'Evergreen, le Peace Technology Fund, lancé en 1999. Il a également conservé les 4,5 millions de dollars placés dans l'un des fonds high-tech de Canaan Partners, société américaine proche de l'administration Bush.
Par ailleurs, entrepreneurs juifs et arabes s'associent dans des coentreprises. Ainsi, le prince saoudien Al-Walid Ben Talal et le Canadien Paul Reichmann sont en négociation avancée pour racheter le grand complexe immobilier de Canary Wharf dans les Docklands, à Londres. Le premier est un bailleur de fonds de la cause palestinienne, le second, juif orthodoxe, kippa vissée sur la tête, est un partisan d'Ariel Sharon.
Cette approche pragmatique n'est toutefois pas du goût de tout le monde. Les milieux d'affaires musulmans ultras préfèrent se tourner vers la finance islamique, qui prohibe tout investissement dans des compagnies israéliennes.

Mais um dia de boas notícias para os EUA 

Estado de S. Paulo

Pelo segundo dia consecutivo, o governo Bush divulgou indicadores econômicos positivos. Após a revisão do crescimento do PIB no 3.º trimestre de 7,2% para 8,2% (projeção anualizada), divulgada terça-feira, o governo informou ontem que o número de pedidos iniciais do auxílio-desemprego caiu e as encomendas de bens duráveis subiram. Ao mesmo tempo, a confiança do consumidor aumentou, de acordo com pesquisa da Universidade de Michigan.
Segundo o Departamento do Trabalho, o número de requisições iniciais do seguro-desemprego caiu em 11 mil, na semana encerrada em 22 de novembro, para 351 mil, o nível mais baixo desde janeiro de 2001 quando, tecnicamente, a economia americana entrou em recessão, encerrada em novembro do mesmo ano.
Enquanto isso, o Departamento do Comércio informou que as novas encomendas de bens duráveis caros (e que durem no mínimo três anos) subiram 3,3% em outubro, projetando um faturamento anualizado de US$ 184,53 bilhões. Em setembro, o aumento foi de 2,1%. Analistas de Wall Street esperavam um avanço de apenas 0,8% no mês passado. Este foi o maior aumento de encomendas desde julho de 2002 (8,1%). Um fato importante foi o aumento de 1,7% nas encomendas de bens de capital não vinculados à defesa (excluindo aeronaves).
Isso pode indicar que os planos de expansão de algumas empresas começam a ser aplicados.
Já o consumo de bens não-duráveis, como alimentos, caiu 0,1%, após ter aumentado 0,2% em setembro. Os gastos com serviços subiram 0,5%, após avançarem 0,4% no mês imediatamente anterior.
"As empresas estão acreditando que a recuperação é real, e que as condições econômicas gerais continuarão a melhorar em 2004", disse David Huether, economista-chefe da Associação Nacional de Manufatureiras.
As vendas de imóveis novos caíram 3,5% no mês passado, projetando um total anualizado de 1,1 milhão de unidades comercializadas. Mesmo assim, outubro foi o quinto melhor mês do ano, e marcou um aumento de 10% em relação a outubro de 2002. Alguns economistas acham que em 2003 será quebrado o recorde de imóveis novos comercializados no país.
Segundo o Departamento do Comércio, a renda dos trabalhadores cresceu 0,4% em outubro, ficando dentro da expectativa dos analistas. Os consumidores, que compraram muitos automóveis e bens duráveis no começo do ano, estão restringindo um pouco as despesas. Os gastos pessoais ficaram estáveis em outubro, depois de caírem 0,3% em setembro.
Enquanto isso, o índice de confiança do consumidor preparado pela Universidade de Michigan passou de 89,6 pontos para 93,7 no mês passado.

A máquina do orgasmo feminino 

Estado de S. Paulo

É sério. Um cirurgião americano que patenteou um aparelho para provocar orgasmos iniciou um processo de avaliação clínica, com aprovação do FDA americano, e agora procura voluntárias. "Pensei que as pessoas invadiriam meu consultório para participar do teste", disse o especialista em dor Stuart Meloy, à revista New Scientist.
Mas até agora só uma mulher concluiu o primeiro estágio do teste - aparentemente, com resultados de tirar o fôlego - e uma segunda aceitou participar. Meloy, da Consultoria em Anestesia e Dor de Piedmont, na cidade de Winston-Salem, Carolina do Norte, espera encontrar mais oito voluntárias dispostas a ter eletrodos inseridos na espinha e conectados a um aparelho do tamanho de um marca-passos implantados sob a pele para aumentar seu prazer sexual.
A mulher casada que testou o aparelho não tinha um orgasmo havia quatro anos. Nos nove dias em que usou o dispositivo, teve vários. "Ela me contou que teve o primeiro orgasmo múltiplo de sua vida usando o aparelho", disse Meloy.
O médico se deparou com o inesperado efeito colateral, quando usava um estimulador de medula para tratar uma paciente que sofria de fortes dores nas costas.
Quando Meloy colocou os eletrodos num ponto específico de sua espinha, para encontrar nervos que enviam sinais de dor ao cérebro, ela gemeu de prazer.
"Você vai ter de ensinar meu marido a fazer isso", teria dito ao médico.
As mulheres que passaram pelo teste descreveram a máquina como uma "preliminar realmente excelente". Embora alguns especialistas que afirmem que um vibrador pode produzir os mesmos resultados, Meloy acredita que ele poderá ajudar a melhorar a resposta sexual das mulheres que não conseguem ter orgasmos - e poderá ajudar até os homens. Um implante completo do dispositivo custaria cerca de US$ 22 mil.

JPP contra o perdão português à França e à Alemanha 

Público

José Pacheco Pereira
O factor singular que mais peso teve na viragem política que tirou o PS do poder e colocou o PSD no Governo foi a percepção pelos portugueses de que os governos socialistas tinham criado um verdadeiro descalabro nas contas públicas. A demissão precipitada de Guterres, explicada com toda a crueza por Cavaco Silva, com a simples pergunta de que se ele achasse que as coisas iam melhorar se teria demitido, consolidou a ideia da completa impotência e irresponsabilidade socialista na gestão dos dinheiros públicos. Toda a primeira fase do governo Barroso foi dominada pelo discurso do défice, pela necessidade absoluta de o controlar, quer, por razões internas, de sanidade da nossa economia, quer, por razões externas, porque Portugal se arriscava a ser penalizado por não cumprir os valores previstos no Pacto de Estabilidade. O Governo, o primeiro-ministro e o PSD retiravam desse facto uma parte decisiva da sua legitimidade política.

O valor da legitimidade política é em parte funcional e instrumental, noutra simbólica. O próprio Governo o colocou no plano simbólico, centrando o seu discurso de ataque ao PS no descontrolo das contas públicas, justificando todas as suas medidas mais duras pela "herança" recebida dos socialistas. Estes permaneceram até agora manietados na sua culpabilidade financeira, sem grande margem de manobra para criticar o Governo, deslegitimados junto da opinião pública.

Sendo assim, na política portuguesa, pode-se errar em muita coisa com pequenas consequências, mas não se pode errar no controlo do défice público. É quase um silogismo: falha-se no défice e desaparece uma parte importante da legitimidade política do Governo. É por tudo isto que é muito preocupante a posição portuguesa face ao défice francês e alemão, em violação clara do Pacto de Estabilidade, o mesmo pacto que Portugal está a tentar cumprir com enormes sacrifícios para os portugueses.

Eu não sou economista e por isso o que diga sobre as vantagens ou malefícios do pacto, sobre a existência ou não de défices meritórios, não tem nenhuma autoridade especial. Mas basta o mínimo bom senso para perceber duas coisas: uma é que não há moeda europeia estável sem controlo do défice, em particular dos grandes países europeus; outra é que em Portugal o estado gasta mal e demais e não há reviravolta possível na nossa economia e na nossa sociedade sem haver contenção e racionalidade nas despesas do Estado.

Foi contra tudo isto que Portugal votou, ao caucionar o défice que a França e a Alemanha têm tido, à revelia das suas obrigações pactuadas. Foi como se o Governo votasse contra si próprio e a favor da política que a oposição defendeu quando da última discussão do Orçamento. Gerou uma mensagem política de confusão e hesitação, que pagará caro. Já está a pagar porque deu uma janela de oportunidade ao PS e enfraqueceu o membro do Governo mais forte e a face pública da sua política, a ministra das Finanças.

Não há nada de virtuoso no défice franco-alemão. Nem a França, nem a Alemanha estão a gastar mais dinheiro para fazerem reformas estruturais que permitam no futuro vir a gastar menos. Estão a fazer aquilo que a oposição pede em Portugal que se faça, a gastar dinheiro para travar o desemprego, para minimizar custos sociais, para manter, sob o influxo dos investimentos públicos, um crescimento económico dependente do Estado. Ou seja, tudo o que é perverso nos mecanismos que geram o défice, tudo o que o Governo se tem recusado a fazer com o argumento de que isso só aumenta o preço da dívida que gerações futuras terão de pagar. Ou seja, Portugal caucionou que o Pacto de Estabilidade não se cumpra na Alemanha para que não haja desemprego e cumpre-se em Portugal mesmo que haja desemprego.

Quem pode acompanhar a política interna nesses países, vendo como os seus responsáveis falavam aos seus concidadãos, pôde verificar a enorme arrogância com que esta questão foi apresentada. Campeões do europeísmo, "motores" de uma certa ideia de integração política da Europa, responsáveis políticos franceses e alemães tratavam com arrogância o seu direito natural de violar o Pacto de Estabilidade, conscientes de que ninguém os poderia meter na ordem. Sempre com a boca cheia da Europa, usavam para justificar as suas políticas expansionistas argumentos de pura política interna: não estavam dispostos a ter mais desemprego, nem conflitualidade social, lá porque tinham assinado um pacto que, pensavam, se destinava apenas a pôr ordem nos países pequenos e esbanjadores do Sul.

É por isso que o outro aspecto negativo da posição portuguesa de compreensão do défice franco-alemão é o de ser contraditória com toda a nossa tradição de defesa do fortalecimento da Comissão Europeia face ao Conselho Europeu. Esta é, aliás, uma das posições negociais de Portugal no debate sobre a Constituição europeia, a necessidade de uma comissão forte que contrarie os interesses dos grandes países europeus e os seus egoísmos nacionais. Ora, a comissão, obrigada aos tratados, sofre com esta decisão dos ministros das Finanças, uma desautorização completa e grave do ponto de vista institucional.

O sinal que a reunião do Ecofin dá é que, havendo um conflito sobre um tratado livremente assinado por todos, quem vai sancionar se há violação pontual do tratado é o conselho, e a comissão revela-se uma realidade de papel sem poder nenhum. Se a comissão não fosse o órgão enfraquecido e anémico que é hoje, e Prodi um fraco presidente, escolhido exactamente porque era fraco, o mínimo que o seu presidente devia fazer era demitir-se, obrigando o conselho a defrontar-se com uma crise reveladora da sua usurpação de poderes. Um cenário destes era vantajoso para Portugal, a não ser que já nos tenhamos resignado à falência do chamado "método comunitário".

O primeiro-ministro chamou a esta consequência da "realpolitik" europeia uma "defesa dos interesses nacionais", sugerindo que Portugal não tem margem de manobra para tomar atitudes que possam parecer hostis aos grandes da UE. É certamente verdade e duvido que qualquer outro primeiro-ministro português tivesse outra atitude. Mas é penoso ver Portugal manietado pela sua dependência dos fundos estruturais, dependente da boa vontade francesa e alemã, após uma clara manifestação de independência da nossa política externa como foi a carta em que se apoiava a política transatlântica no Iraque.

A verdade vai muito para além deste voto "contranatura". Parece que nos cansamos de fazer esforços autónomos para garantir uma economia saudável e aberta, porque este voto é o primeiro sinal preocupante de que a "obsessão" da nossa ministra das Finanças não é a do Governo. É por isso que uma dúvida paira sobre toda a política identitária deste Governo: vai continuar a vontade de endireitar as nossas contas públicas ou paramos no limiar do momento em que não basta aumentar as receitas, mas é preciso fazer reformas estruturais para controlar as despesas? Vai-se encontrar pretextos para preparar um ciclo eleitoralista de despesas, deitando fora os magros resultados até agora obtidos na contenção despesista do Estado? Continuam a ser os fundos estruturais a condição "sine qua non" da nossa política externa?

O ano de 2006 está próximo e será quando Portugal vai ter de se defrontar com um balanço desapiedado sobre o que fez com o longo ciclo de generosas ajudas europeias, que aí termina em grande parte. A partir daí dependemos ainda mais do que formos capazes de fazer. O Governo de Durão Barroso é o da última oportunidade. Hesita e perde-se, persevera e ganha.

quarta-feira, novembro 26, 2003

Índice do dia 

- Como os suiços vêem a crise na União Europeia
- Cientistas investigam eremita que "não come há décadas"
- Aznar: mau dia para a Europa e a economia europeia
- Real Madrid, o símbolo do "foot-business"

Como os suiços vêem a crise na União Europeia 

Le Temps (Genève)

Jean-Jacques Roth
Rude moment pour l'Europe unie. En piétinant les règles qu'elles avaient elles-mêmes établies dans le cadre du Pacte de stabilité, l'Allemagne et la France meurtrissent beaucoup plus que des disciplines budgétaires. Elles écornent le principe de confiance qui fonde l'équilibre de l'Union.

Bien sûr, les deux locomotives de l'Europe ont sans doute soulagé l'économie asthénique du Vieux Continent en maintenant un régime de dépenses publiques supérieur à leurs engagements. C'est au nom de ce rôle moteur que d'autres pays les ont appuyées et que les dirigeants du grand tandem peuvent prendre les opinions à témoin: nous avons préféré l'emploi à l'orthodoxie monétaire!

Mais à quel prix... L'ébranlement du Pacte de stabilité est également la remise en cause des équilibres de pouvoirs au sein de l'Union. Par les manières dont les grandes nations ont imposé leur point de vue, elles affirment une logique politique au détriment du respect du droit, le rapport de force conjoncturel au détriment de la pérennité des institutions.

On comprend la colère des petits pays, effrayés par les conséquences d'une telle évolution. Le danger serait qu'un tel coup affaiblisse encore les chances du projet de Constitution déjà menacé par tant d'intérêts divergents. Il est bien normal que de violentes fièvres agitent le corps européen au moment de son extraordinaire crise de croissance. Mais la virulence nouvelle des rapports de force nationaux traduit un moment de crise particulièrement périlleux. L'arrogance avec laquelle la France, en particulier, a joué sa partition présage mal de la capacité du couple fondateur de l'Union à fédérer ses partenaires et leurs opinions autour de l'élan supérieur qu'ils entendent donner à l'Europe.

Or, un tel échec serait catastrophique. Le principe d'une Europe politiquement renforcée, où Paris et Berlin maintiendraient le sens historique du projet communautaire, est un impératif stratégique dans un ensemble élargi que le nombre menace de paralysie.

Dans cette confrontation entre la volonté politique et l'exigence démocratique, l'Union européenne joue une part de son destin. Et c'est au moment le plus furieux de cette mêlée que des Suisses disent vouloir y joindre leur énergie: une brochette de personnalités lancera jeudi un manifeste pour que s'ouvrent, dès l'an prochain, des négociations d'adhésion avec l'Union. De Jakob Kellenberger à Mario Botta, ces grandes voix décident de braver l'impossible et de réclamer un acte qu'aucune perspective raisonnable ne permet d'entrevoir. Mais leur honneur est de prendre date, en rappelant que le destin de l'Europe est aussi le nôtre. Au-delà d'une voie bilatérale dont l'issue paraît plus incertaine que jamais...

Cientistas investigam eremita que "não come há décadas" 

BBC Brasil

Rajeev Khanna
de Ahmedabad
Prahlad Jani ficou dez dias em observação no hospital
Médicos e especialistas estão perplexos com um eremita indiano que alega não comer ou beber nada há muitas décadas, mas ainda assim tem uma saúde perfeita.
Prahlad Jani, um faquir indiano, com mais de 70 anos, passou dez dias em observação constante no Sterling Hospital, na cidade de Ahmedabad, na Índia.
Durante esses dias, ele não consumiu nada e "nem urinou ou defecou", segundo o vice-superintendente do hospital, Dinesh Desai.
Mas ele está em perfeitas condições mentais e de saúde, segundo os médicos.

Observação

A maioria das pessoas pode viver sem comida por várias semanas, pois o corpo usa suas reservas de gordura e proteína.
Mas o ser humano, em média, sobrevive por apenas três ou quatro dias sem água.
Seguidores de faquires indianos e ascetas têm com freqüência atribuído poderes extraordinários a eles, mas raramente esses poderes são submetidos à investigação científica.
"Uma série de testes mostram que o corpo dele funciona como o de uma pessoa normal", disse Desai.
Prahlad Jani passa a maior parte do seu tempo em uma caverna perto do templo de Ambaji, no Estado de Gujarat.
Nos dez dias em que ficou no hospital, Jani ficou em um quarto especialmente preparado, com toalete vedada e sob observação constante de uma câmera de vídeo.
Para ajudar os médicos a verificar suas alegações, Jani concordou em evitar tomar banho durante o período em que esteve no hospital.
O único líquido permitido era uma pequena quantidade de água para enxaguar a boca.
Cem mililitros de água foram dados a ele, coletados e medidos depois que ele cuspia para comprovar que ele não tinha bebido a água.

Deusa

Uma declaração da Associação de Médicos de Ahmedabad informa que, apesar de água alguma entrar no seu corpo, aparentemente se formava urina em sua bexiga, que depois era reabsorvida pelas paredes da bexiga.
No fim do seu confinamento, os médicos não notaram qualquer deterioração em suas condições, a não ser uma pequena perda de peso.
"Não sinto necessidade de água ou comida", diz Jani, que alega ter sido abençoado por uma deusa quando tinha oito anos e ter vivido em cavernas desde então.
Ele cresceu na vila de Charod, no distrito de Mehsana, e se veste com as roupas dos devotos da deusa Ambaji, uma vestimenta vermelha, semelhante a um sari, um brinco no nariz, pulseiras e guirlandas de flores no cabelo.
Ele também usa a marca vermelha "tika" em sua testa, que é vista com mais freqüência em mulheres hindus casadas.
Seus seguidores o chamam de "mataji" ou deusa.

Mais testes

Jani diz que sobrevive há décadas sem comida ou bebida por causa de um buraco em seu céu da boca.
Pingos de água passam por esse buraco, segundo ele, e o sustentam.
"Ele nunca ficou doente e pode continuar a viver assim", diz Bhiku Prajapati, um dos muitos seguidores de Jani.
"Um buraco no palato é um fenômeno anormal", diz o médico.
Um colega de Desai, o médico Urman Dhruv, disse que um relatório completo está sendo preparado sobre os dez dias em que Jani ficou sob observação.
Médicos dizem não poder confirmar as alegações dele de que não come ou bebe há decadas, mas a observação do seu feito no hospital pode ajudar no aprendizado sobre o funcionamento do corpo humano.
É provável que os médicos queiram examinar Jani novamente para resolver o mistério.

Aznar: mau dia para a Europa e a economia europeia 

ABC

LUIS AYLLÓN
José María Aznar no disimuló ayer su malestar por la decisión del Ecofin de no sancionar a Francia y Alemania por el incumplimiento del Pacto de Estabilidad. En una rueda de prensa conjunta con el primer ministro de Polonia, Leszek Miller, tras la primera cumbre hispano-polaca, celebrada en Madrid, el jefe del Ejecutivo calificó lo sucedido como un «durísimo golpe» a la política de estabilidad de la Unión Europea.

Aznar no dudó en afirmar de forma categórica: «Hoy no es un buen día europeo ni es un buen día para la economía europea». A continuación, añadió que los tratados deben ser respetados y las normas y reglas establecidas «igual para todos», porque -aseguró- «si otros países hubiesen tenido los problemas que tienen Francia y Alemania se hubiesen aplicado inmediatamente los tratados».

Repercusión en la CIG

Consideró el presidente del Gobierno que se ha producido un paso atrás en cuanto a la capacidad económica de Europa, porque se añadirá un problema de estabilidad a los graves problemas estructurales y de crecimiento que tiene el Viejo Continente.

Aznar opinó también que lo ocurrido ayer tendrá consecuencias en el debate de la Conferencia Intergubernamental (CIG) sobre la Constitución Europea. Aunque no precisó qué tipo de consecuencias prevé, en el entorno del presidente del Gobierno se confía en que el resto de los países tomarán nota de lo que puede suceder si se opta por un sistema de votación en el Consejo Europeo que facilite la creación de hecho de una especie de «directorio» de los grandes países. «Si se puede decidir, como se ha decidido -dijo-, nada menos que la suspensión de la aplicación del Tratado en un Consejo de Ministros imagínese la importancia que tienen las discusiones sobre el sistema de votos».

Los jefes de Gobierno de España y Polonia insistieron precisamente en su defensa del reparto de poder acordado en el Tratado de Niza frente a quienes pretenden sustituirlo por el borrador de la Convención Europea, que perjudica a los dos países. «Niza no es la Biblia ni tiene ninguna pretensión de serlo, pero la Convención tampoco es la Biblia y si algunos tienen pretensión de que lo sea», dijo Aznar.

No obstante, el jefe del Ejecutivo español se mostró algo más flexible que su colega polaco, al manifestar su disposición a dialogar para alcanzar otro consenso satisfactorio para todos. Miller, por su parte, advirtió de que si se abandona el sistema de voto ponderado de Niza, el Parlamento polaco o los ciudadanos de ese país -si se convoca un nuevo referéndum- podrían tener dificultades para aprobarlo.

Real Madrid, o símbolo do "foot-business" 

Le Monde

Le Real Madrid, qui va jouer contre Marseille en Ligue des champions mercredi 26 novembre, ne fait pas seulement les beaux jours de la presse sportive. Le club de football espagnol est également au centre des préoccupations des commentateurs économiques : certains remettent désormais en cause les comptes qui ont été approuvés, le 19 octobre, pratiquement à l'unanimité, par le comité directeur du club et l'assemblée générale des représentants des actionnaires, les socios.

Pourtant, pour la première fois, les dirigeants du Real affirment avoir 143,2 millions d'euros en caisse, avec un bénéfice de 9,2 millions. Ils annoncent, pour la saison en cours 2003-2004, près de 59 millions de bénéfice. Un bilan qui fait dire à Florentino Perez, à la tête du club depuis juin 2000, qu'il a redressé la situation. A son arrivée, en effet, le club madrilène affichait une dette nette de plus de 46 milliards de pesetas (environ 278 millions d'euros) et un déficit budgétaire de 42 millions d'euros. Le dirigeant avait alors déclaré que la situation était grave mais pas désespérée à condition de prendre les bonnes dispositions. En trois ans, M. Perez s'est attaché à appliquer au club de foot les recettes qui ont fait de lui, en quelques années, l'un des hommes d'affaires les plus en vue d'Espagne. Tandis qu'il vient de fusionner ACS, son entreprise de construction, avec le groupe espagnol Dragados, il s'est attaché à faire du club de foot une affaire de plus dans son portefeuille.

Désormais, le Real Madrid n'est plus seulement une équipe de football. C'est une "entreprise sportive", comme il l'affirme, qui a sa propre marque, au même titre que Coca-Cola ou L'Oréal.

Pour réaliser cet objectif, M. Perez a tout d'abord misé sur les joueurs. Comme il l'avait annoncé lors de sa campagne électorale, il s'est attaché à embaucher au moins "un champion par an". Le premier d'entre eux a été le Portugais Luis Figo, qui appartenait au principal club concurrent, le FC Barcelone. Une acquisition qui lui a coûté plus de 60 millions d'euros. Les caisses du club étant à sec, il a obtenu 78 millions d'euros de prêts en se portant personnellement garant auprès de différentes entités bancaires.

GROSSE OPÉRATION IMMOBILIÈRE

Mais il fallait aussi redresser les comptes et trouver de l'argent frais. En octobre 2000, un accord entre le club et Caja Madrid cédait pour dix ans à cette caisse d'épargne une partie des droits d'exploitation de la marque, des recettes Internet et des droits sur l'image contre 78 millions d'euros. Cet accord s'est concrétisé par la création d'une société dont le Real détient 80 % du capital, la caisse ayant les 20 % restant.

L'homme d'affaires a également cherché à rentabiliser au mieux les retransmissions télévisuelles : il a négocié, en février 2001, avec la société Sogecable (groupe Prisa) la création d'une société d'exploitation, dénommée Real Madrid Télévision, où les deux entités participent chacune à hauteur de 50 %.

Mais le redressement du club provient surtout d'une énorme opération immobilière que Florentino Perez a réussi à réaliser grâce à ses amitiés politiques, notamment grâce à ses relations avec un adjoint au maire de Madrid chargé de l'urbanisme. Le club possédait 148 677 mètres carrés (la "citée sportive") au nord de la grande avenue qui divise Madrid, le Paseo de la Castellana. Suite à un accord avec la communauté autonome de Madrid, ces milliers de mètres carrés se sont convertis en terrains constructibles et ont été vendus. Une opération que certains représentants politiques socialistes ont traité de "farce" et qui a rapporté 504 millions d'euros dans les caisses du club. Cette manne financière a servi, selon les dirigeants du Real, à éponger la dette et à financer certaines nouvelles acquisitions prestigieuses. Outre Figo, M. Perez a fait venir, à grand renfort de publicité, le Français Zidane, puis le Brésilien Ronaldo et enfin l'Anglais David Beckham.

Le club a prévu d'amortir sur cinq ans les 35 millions d'euros qu'a coûtés cette dernière acquisition. Mais déjà les retombées publicitaires sont énormes depuis l'arrivée à Madrid du célèbre couple formé par "David et Victoria" (son épouse était une des chanteuses du groupe Spice Girls). Quelque 500 journalistes ont fait le siège de la clinique où Beckham a passé quelques heures lors de sa première visite médicale, et les journaux féminins consacrent des pages entières aux magasins où l'on pourrait rencontrer éventuellement Victoria Adams. David Beckham et son épouse étant des "pros" de l'autopromotion, le club a trouvé là un support de rêve pour son expansion mondiale. Le joueur anglais semble répondre bien mieux aux exigences de relations publiques des dirigeants madrilènes que le Français Zidane, bien plus discret.

UN SPLENDIDE PALMARÈS

Désormais, la structure des comptes du club est transformée. Alors qu'en 2000-2001, les recettes de marketing atteignaient 34 millions d'euros, soit 25 % du chiffre d'affaires du club, ce chiffre n'a cessé d'augmenter. Le marketing et l'exploitation de la marque Real Madrid ont généré 58 millions de recettes en 2002-2003 et devraient avoisiner les 80 millions d'euros pour 2003-2004. Cette partie marketing représente désormais 35 % du chiffre d'affaires. M. Perez et son équipe ont réussi à utiliser le splendide palmarès des Blancs (29 fois champions d'Espagne, 9 fois champions d'Europe des clubs, la dernière victoire datant de 2002) pour capitaliser sur la marque et sortir le club d'un fonctionnement économique purement sportif.

Pour la saison 2003-2004, en cours, la télévision représentera 70 millions d'euros de recettes, contre 45 millions sur l'exercice précédent. Désormais, la vente de billets d'entrée au stade et d'abonnements ne pèse plus que pour 25 % dans les comptes du club.

Contrairement à ce qu'a fait le club anglais de Manchester United, l'"entreprise Real Madrid" n'annonce pas sa prochaine entrée en Bourse. M. Perez explique, sans sourire, que "le Real est une affaire de cœur et non d'argent". Fort de son bilan, il a déjà annoncé qu'il se représenterait pour un nouveau mandat en juin 2004.

Martine Silber
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71 000 "socios" actionnaires

Jusqu'en 1988, les clubs de football espagnols étaient des sociétés sportives dont le capital social était aux mains des membres actionnaires, appelés "socios". Mais le gouvernement socialiste de l'époque a obligé ces clubs à devenir des sociétés anonymes, en laissant toutefois la possibilité à ceux qui pouvaient présenter un bilan excédentaire de rester des sociétés sportives. La plupart des clubs sont désormais propriétés d'investisseurs privés et les petits actionnaires sont totalement minoritaires.

Les "socios" du Real Madrid sont la plupart du temps - mais pas forcément - des abonnés du club à qui leur titre concède un statut particulier. Ils bénéficient de toutes sortes d'avantages, notamment sur le prix des places, et peuvent participer à l'élection du président. Ils sont actuellement 71 000. Les cartes de "socios" ne sont transmissibles qu'avec l'accord du club, dans des conditions très restrictives, et la liste d'attente est, dit-on, fort longue. Le prix de ces cartes atteindrait 6 000 euros au marché noir.

terça-feira, novembro 25, 2003

Índice do dia 

- Os planetas-oceano fazem sonhar os exobiólogos
- Golpe do Eurogrupo no Pacto de Estabilidade
- Emissões de metano estabilizadas após dois séculos de alta
- Espanha já é a oitava economia do mundo

Os planetas-oceano fazem sonhar os exobiólogos 

Le Temps (Genève)

Philippe Barraud
En somme, notre système solaire n'est pas une encyclopédie planétaire, où l'on trouverait tous les types de planètes possibles. Des objets impensables jusqu'ici peuvent se former au voisinage d'une étoile, et nous ne sommes qu'au début de nos surprises. C'est en tout cas l'avis d'un groupe de planétologues, américains et français, qui ont décrit cette année* une nouvelle famille de planètes, les «planètes-océans».

«Comme toujours, notre imagination va être dépassée par les découvertes qu'on va pouvoir faire, s'enthousiasme Christophe Sotin, professeur de géophysique planétaire à l'Université de Nantes. Prenez le satellite de glace de Jupiter: personne n'aurait imaginé une tectonique aussi active sur Europe. On pensait à un satellite congelé, éteint et mort comme la Lune. Et dans Ganymède, on trouve une dynamo active, ce qui veut dire qu'il y a des températures très élevées en son centre.»

Le chercheur français a fait les calculs pour déterminer les conditions dans lesquelles une planète, formée aux marges de son système et qui aurait migré près de son étoile, pourrait se trouver couverte d'eau, sans aucune roche émergée. Ces conditions se situent dans des limites relativement étroites, liées aux températures et aux pressions.

Bien que notre système solaire n'ait pas connu de phénomènes de migration planétaire, ceux-ci existent bel et bien autour d'autres étoiles, comme l'ont démontré un certain nombre des exoplanètes découvertes jusqu'ici. En effet, les géantes gazeuses dont les astronomes ont pu détecter indirectement la présence sont parfois très proches de leur étoile, une position qu'elles n'ont pu gagner qu'après leur formation.

L'hypothèse posée d'abord par David Stevenson, du California Institute of Technology, en 1998, et reprise par ses collègues, est que des planètes plus petites, indétectables actuellement, ont elles aussi pu migrer, en plusieurs millions d'années, plus ou moins près de leur étoile. La combinaison de la chaleur de celle-ci, mais surtout l'activité de la radioactivité interne de la planète et son atmosphère pourraient avoir fait fondre une partie de la glace de ces planètes.

De six à huit fois plus massive que la Terre au maximum, selon Christophe Sotin, une telle planète présenterait des océans d'une profondeur pouvant atteindre 100 kilomètres, soit 40 fois plus que la moyenne des océans terrestres. Au fond de ces océans gigantesques (240 fois le volume de ceux de notre planète), la pression atteindrait quelque 11 000 atmosphères. Dessous? On trouverait une énorme épaisseur de glace, de l'ordre de 4850 km, puis un manteau rocheux de 3500 km, enfin un cœur de métal d'un rayon de 4400 km.

Mais pourquoi pas de terres émergées? Parce que même si une montagne pouvait traverser la couche de glace, elle ne tiendrait littéralement pas debout (elle aurait plus de 100 kilomètres de hauteur), en raison de la gravité. Peu hospitalières, ces planètes doivent être balayées par des ouragans permanents, et des tempêtes parfaites (perfect storms) quotidiennes...

Et d'où viendrait toute cette eau? «Il y en a plein, explique Christophe Sotin. C'est une molécule très facile à former. Les étoiles sont faites principalement d'hydrogène et l'oxygène est un élément très abondant aussi. Les quantités d'eau peuvent être énormes. Dans notre système solaire, les satellites de Jupiter sont constitués à près de 50% par de l'eau. Certains astéroïdes, comme Cérès, l'un des plus gros de la Ceinture d'astéroïdes, doit contenir entre 25% et 50% d'eau.»

Ces hypothétiques exoplanètes seront peut-être détectables dans les décennies à venir, puisque nous serons capables d'identifier des corps plus petits que les géantes gazeuses auxquelles nous sommes limités aujourd'hui. Plusieurs instruments seront mis en orbite prochainement (COROT, Eddington, Kepler, Darwin) qui, parallèlement au Terrestrial Planet Finder de la Nasa, devraient pouvoir détecter, par des techniques différentes, ces astres qu'on suppose très lumineux.

Leur intérêt n'est pas que géophysique, évidemment: l'abondance de l'eau sur ces corps fouette l'imagination des exobiologistes. Les conditions qui y règnent ouvrent en effet de nouvelles perspectives. Si la vie y est apparue, c'est que les minéraux nécessaires s'y trouvent en quantités suffisantes. Or, la théorie veut que, sur ces planètes, l'interface roche/océan n'existe pas, puisque des milliers de kilomètres de glace les séparent. Si vie il y a, les minéraux viendraient donc plutôt des comètes et du bombardement météoritique. Ce qui permettrait de battre un peu plus en brèche la théorie selon laquelle la vie sur Terre serait apparue au fond des océans, autour de phénomènes volcaniques tels que les «fumeurs noirs».

Mais, dira-t-on, comment saura-t-on s'il y a de la vie sur les planètes-océans? Par l'analyse à distance de leur atmosphère. Pour les chercheurs, la présence d'ozone (O3), d'eau et d'oxygène constituerait une biosignature fiable.

Article soumis à la revue «Icarus» (arXiv. org/abs/astro-ph/0308324).

Golpe do Eurogrupo no Pacto de Estabilidade 

Le Figaro

A la majorité qualifiée, contre l'opposition de quatre des leurs, les ministres de l'Eurogroupe ont adopté à Bruxelles un texte appelé «conclusions de conseil» et rejeté les recommandations de l'exécutif européen.

A l'issue d'une réunion marathon entamée lundi soir et achevée dans la nuit à 4h, l'Allemagne et la France se sont engagées à réduire leurs déficits mais écartent la menace de sanctions financières prévues par le pacte.

«La divergence entre les ministres et la Commission ne portait pas sur les chiffres» mais sur l'application de la procédure, a résumé le ministre italien des Finances Giulio Tremonti, qui présidait la séance.

De fait, la France s'est engagée à réduire son déficit de 0,77 point de Produit intérieur brut (PIB) en 2004 et de 0,6% en 2005, alors que la Commission demandait respectivement 1% et 0,5%. L'écart, a reconnu le ministre français Francis Mer, représentait quelque 4 mds d'euros, par rapport à un PIB d'environ 1.500 milliards.

Dans le cas de l'Allemagne, qui avait marqué d'emblée son opposition farouche à toute mise en oeuvre de la procédure, l'effort demandé par l'Eurogroupe est exactement celui déjà consenti volontairement par Berlin (0,6% en 2004 et 0,5% l'année suivante), soit une réduction de quelque 5 mds de l'effort demandé à la première économie de la zone euro.

A l'issue de la réunion, la Commission européenne a laissé éclater sa colère. «La Commission regrette profondément la proposition qui ne respecte ni les règles, ni l'esprit du pacte de stabilité», a affirmé le commissaire européen aux Affaires économiques Pedro Solbes.

«La Commission continuera d'appliquer le pacte de stabilité» et «examinera les conséquences de ce texte» si celui-ci est «adopté» mardi par les ministres des Finances des Quinze, a affirmé le commissaire.

«La Commission décidera de l'action ultérieure à entreprendre», a prévenu M. Solbes sans préciser si Bruxelles allait entreprendre un recours en saisissant la Cour européenne de justice de Luxembourg. L'Autriche, la Finlande, les Pays-Bas et l'Espagne, qui ont voté contre la décision de la majorité de l'Eurogroupe, ne devraient pouvoir renverser la décision lors du vote formel qui interviendra mardi matin dans le cadre de la réunion des ministres des Quinze (Ecofin).

Interrogé sur ce qui peut apparaître comme un «pronunciamiento intergouvernemental» contre la Commission, Francis Mer a repoussé cette interprétation. «Nous ne sommes pas contre l'esprit du pacte», a-t-il affirmé.

«Tout en respectant l'esprit du traité, nous nous adaptons à une situation exceptionnelle puisqu'il y a longtemps que nous n'avons pas connu une telle situation économique dans notre Europe», a plaidé M. Mer.

Pour le ministre allemand des Finances Hans Eichel, le texte «se situe dans le cadre du pacte de stabilité». Il est «cohérent avec l'esprit et la lettre du pacte de stabilité», et «ne peut être considéré comme une violation du traité ou pacte», a renchéri M. Tremonti.

La procédure, qui peut conduire à des sanctions financières, reprendrait ses droits si Berlin et Paris ne tenaient pas leurs engagements, ont expliqué leurs deux ministres.

Comme le prévoyait la Commission européenne dans ses recommandations, l'Allemagne et la France ont d'ailleurs accepté de soumettre deux fois par an à leurs partenaires européens une notification sur les conditions d'exécution de ces engagements

Emissões de metano estabilizadas após dois séculos de alta 

Le Figaro

Marc Mennessier
Après deux siècles de croissance ininterrompue, la concentration de l'atmosphère en méthane, l'un des principaux gaz à effet de serre, se stabilise. Tel est le constat plutôt encourageant dressé par des chercheurs de la National Oceanic and Atmospheric Administration (NOOA, États-Unis) et du National Institute for Space Research (Pays-Bas) dans un article publié la semaine dernière dans la revue Geophysical Research Letters (1).


«C'est une bonne nouvelle pour le climat mondial», souligne Edward Dlugokencky, du laboratoire de la NOAA à Boulder (Colorado) et responsable de l'équipe qui a analysé, pendant quatre ans, de 1999 à 2002, des échantillons d'air prélevés dans un réseau de 43 stations d'observations répartis à travers le monde. «Mais comme nous ignorons les causes de ce phénomène, il est impossible de prédire si les concentrations de méthane vont continuer à stagner dans les années à venir.» Autrement dit, rien ne permet d'affirmer qu'il s'agit d'une tendance durable ou d'une simple pause après deux siècles de hausse quasi ininterrompue.


A l'instar de la vapeur d'eau et du gaz carbonique (CO2), le méthane (ou gaz naturel) a la faculté de retenir le rayonnement solaire réfléchi à la surface de la Terre, et donc de réchauffer l'atmosphère, un peu comme dans une serre.

Depuis les débuts de la révolution industrielle, la concentration de ces gaz dits «à effet de serre» a augmenté dans des proportions telles qu'ils sont maintenant suspectés de bouleverser le climat mondial. Le méthane, qui contribue pour environ 20% à ce réchauffement additionnel, derrière l'eau et le gaz carbonique, est deux fois plus abondant aujourd'hui qu'il y a deux cents ans.


L'extraction d'énergies fossiles (pétrole, gaz naturel) est la principale source d'émissions. Mais le méthane provient aussi de fermentations et de processus physico-chimiques à l'oeuvre dans des milieux aussi divers que les rizières, les marécages, les décharges d'ordures à ciel ouvert, sans oublier la panse des ruminants et l'intestin des termites. D'où la difficulté à quantifier le phénomène et, dans certains cas, à lui opposer des parades efficaces : faudra-t-il demander aux Asiatiques de manger moins de riz ou imposer des quotas de bovins aux flatulences méthanogènes ?


Les chercheurs américains et néerlandais qui ont réalisé l'étude ont montré que l'homme avait contribué, sans doute involontairement, à la stabilisation des concentrations en méthane enregistrée entre 1999 et 2002. Selon eux, l'arrêt de l'extraction de gaz et de pétrole sibériens après l'effondrement de l'Union soviétique pourrait en être la cause. Ce qui signifie que la concentration en méthane devrait reprendre sa courbe ascendante dès que l'économie russe aura retrouvé son rythme de croisière. Et qu'en outre le phénomène ne fera que s'amplifier à mesure que l'industrialisation et la demande alimentaire (notamment la consommation de viande) augmenteront dans les pays en développement.


Mais certains spécialistes estiment, à l'inverse, que les émissions de méthane, pour variables qu'elles soient, n'en sont pas moins davantage contrôlables que les émissions de gaz carbonique. Parmi eux, l'un des spécialistes du climat de la Nasa, James Hansen, a déclaré, dimanche dans le New York Times, que «le méthane offre l'opportunité de faire du réchauffement global une success story».


En effet, les nouvelles techniques d'extraction, de forage et de transport (pipelines plus étanches) de gaz et de pétrole relarguent beaucoup moins de méthane dans l'atmosphère que par le passé. Ces fuites représentent la majeure partie des émissions d'origine anthropique. Tout dépendra à l'avenir à quel rythme les compagnies gazières et pétrolières adopteront ces nouveaux procédés.


Leur généralisation devrait par ailleurs donner des résultats palpables bien plus rapidement qu'avec le gaz carbonique. En effet, une fois relâché dans l'atmosphère le méthane ne survit que huit à dix ans alors qu'une molécule de CO2 met environ un siècle à se désintégrer. S'il est avéré, l'épisode russe serait une parfaite illustration de ce processus. Sans compter que la limitation des pertes de gaz, en plus de l'avantage écologique, peut procurer un surcroît de rentabilité économique.

(1) Geophysical Research Letters du 18 novembre 2003.

Espanha já é a oitava economia do mundo 

ABC

La economía española ha crecido un 2,4 por ciento en el tercer trimestre y se encamina así hacia el octavo año consecutivo de incremento sostenido. Una cifra, la mayor desde finales de 2001, que contrasta con el encefalograma plano que presenta la línea de crecimiento de la media de la UE, que a duras penas supera las cuatro décimas. Desde el tercer trimestre de 2002, el PIB español ha aumentado en dos puntos por encima del conjunto de los Quince, lo que amplía las posibilidades de convergencia real con la UE en 2010, un objetivo calificado hace un lustro de quimera. El aumento del PIB español está basado en el consumo privado y en el auge extraordinario de la construcción; el gasto de las familias fue especialmente activo de julio a septiembre por la ola de calor y, como aspecto negativo, se resintió la inversión en bienes de equipo y el sector exterior. Este panorama de más luces que sombras se traduce en la creación de empleo en casi trescientas mil personas desde enero. Con todos estos datos, el Gobierno está en disposición de cumplir su objetivo: un aumento del PIB del 2,3 por ciento y un 1,8 por ciento más de puestos de trabajo al terminar el año. Pero las buenas cifras no deben derivar en euforia, pues el crecimiento sostenido debe ir acompañado de nuevos estímulos para que la inversión y las exportaciones tomen el relevo cuando llegue la anunciada recuperación internacional. Nuevas reformas estructurales, más I+D+I, mayor competencia en algunos mercados y productos y mejora de la competitividad y la productividad deben ser los cimientos sobre los que apuntalar una economía vigorosa y resolver futuros problemas en mejores condiciones que otras naciones menos aplicadas.

El presidente del Gobierno echó ayer mano de estas cifras para poner de manifiesto una realidad: la economía española está ya entre las ocho más importantes del mundo. «Pronto habrá que preguntarse cuándo estará el país integrado en el G-8», afirmó José María Aznar en unas jornadas organizadas por «The Wall Street Journal» en las que, de paso, mandó un mensaje a Francia y Alemania al afirmar que «hay que cumplir las reglas pactadas» para generar «confianza y credibilidad». Sobre las posibilidades de ingresar en el selecto grupo de las naciones más desarrolladas, las datos avalan las intenciones del jefe del Ejecutivo: con un crecimiento económico del 3 por ciento para el próximo año y un PIB a punto de rebasar la barrera del billón de dólares, España habría superado los 20.000 dólares de renta per cápita y se situaría muy cerca del grupo que integran naciones como Estados Unidos, Alemania, Reino Unido, Japón, Francia, Italia y Canadá -Rusia es miembro por cuestiones más puramente tácticas que por su potencial económico-.

El llamado «milagro económico español» está basado en un modelo que se ha mostrado como altamente eficaz: estabilidad presupuestaria y reducción de impuestos para estimular el ahorro y la inversión. Si la economía marcha al actual ritmo de crecimiento, o incluso acrecienta su vigor en los próximos ejercicios, cada año se generarán más de doscientos mil puestos de trabajo y será posible el pleno empleo al final de la década. Para ello, es indispensable mejorar las modalidades de contratación y actualizar la negociación colectiva para optimizar el empleo y flexibilizar el trabajo. No hay otra receta que se haya mostrado más eficaz.

Por eso, no resulta baladí el deseo de José María Aznar de que los consejos de ministros de la UE «no perturben las cosas», en clara referencia a las reuniones que desde ayer mantienen en Bruselas los ministros de Economía y Finanzas de los Quince para tratar de alcanzar un acuerdo sobre el procedimiento por déficit excesivo que la Comisión ha abierto a Alemania y Francia por incumplir el pacto de estabilidad. El Ecofin deberá tomar una decisión complicada, puesto que París y Berlín pueden lograr el apoyo de Italia y Luxemburgo y alcanzar la minoría de bloqueo que deje sin efecto la decisión de seguir adelante con las sanciones. En tal caso, el pacto de estabilidad habría, en la práctica, dejado de existir en los términos en que fue establecido y la UE daría un paso atrás de imprevisibles consecuencias. Lo más probable, sin embargo, es que se imponga el pragmatismo comunitario: aplazar el problema o alcanzar una solución de compromiso que pase por la promesa de Alemania y Francia de hacer un esfuerzo complementario de contención del déficit, aunque en 2003 vuelvan a superar el techo del 3 por ciento del PIB.

El crecimiento español del 2,4 por ciento en el tercer trimestre es consecuencia de una política económica que, en esencia, consiste en seguir el camino contrario al de Alemania y de Francia: estabilidad presupuestaria y reducción de impuestos como instrumentos generadores de inversión para crear empleo. La mala salud económica del eje París-Berlín tiene mucho que ver con el retraso en el diagnóstico. La receta es tan sencilla como dolorosa. Alemania la empieza a sufrir en sus propias carnes, pero Francia se resiste a aplicarla. Lo peor es el contagio, los efectos nocivos del mal ejemplo a los futuros países de la ampliación.

Índice do dia 24 

- Para entender a crise na Geórgia
- Deficit e Pacto de Estabilidade: 12 questões
- Morreu "Copito de Nieve", o único gorila albino do mundo

segunda-feira, novembro 24, 2003

Para entender a crise na Geórgia 

BBC Brasil

A ex-república soviética da Geórgia está em um grande impasse político, com os oposicionistas tomando controle do Parlamento e forçando a renúncia do presidente Eduard Shevardnadze.
A crise teve início com as eleições parlamentares realizadas no início deste mês, as quais têm sido criticadas internamente e também por observadores internacionais por causa de irregularidades.
A BBC Brasil aborda questões que estão por trás da atual situação.

Por que Shevardnadze foi forçado a renunciar?
A oposição estava revoltada pelo que vêem como uma série de promessas não cumpridas e oportunidades perdidas pelo presidente Eduard Shevardnadze.
Para muitos na Geórgia, Shevardnadze – conhecido por seu papel como ministro do Exterior soviético no fim da Guerra Fria – não tem conseguido combater a pobreza e a corrupção que assolam o país e nem problemas como a crise no setor de energia e o conflito separatista na região de Abkhazia.
Recentemente, o presidente fez uma outra promessa – realizar eleições parlamentares democráticas e justas.
Milhares foram às ruas pedir a renúncia do presidente
Mas no dia das eleições – 2 de novembro – estava claro que a promessa não havia sido cumprida. Observadores internacionais disseram que o pleito foi marcado por sérias irregularidades. O resultado, dando vitória a dois grupos que apóiam Shevardnadze, contrariou pesquisas de opinião que sugeriam que o governo e seus aliados iriam perder a maioria no Parlamento.
O fato de que o resultado oficial só foi divulgado no dia 20 de novembro, quase três semanas depois do dia das eleições, fez com que as dúvidas sobre a legitimidade do pleito aumentassem ainda mais.
Os protestos contra o governo começaram nas ruas de Tbilisi, a capital do país, quase que imediatamente após as eleições e continuaram até a renúncia de Shevardnadze.

Quem assumiu o poder após a renúncia de Shevardnadze?
Nino Burjanadze, representante da oposição no Parlamento, foi nomeada por outros políticos da oposição como presidente em exercício.
Porém, apesar de a constituição da Geórgia permitir tal transição, não há um parlamento em exercício para ratificá-la. Os parlamentares que foram eleitos nas eleições do dia 2 de novembro não tomaram posse e também não foram reconhecidos pela oposião.
Portanto, somente novas eleições (tanto presidencial quanto legislativa) permitirão que o país tenha um líder legítimo.

Por que a Geórgia está em uma situação econômica tão difícil?
A Geórgia já foi uma das regiões mais prósperas da extinta União Soviética e chegou a ser conhecida como a "cesta de frutas" do bloco. Mas a situação econômica tem se deteriorado desde a independência por causa de uma série de conflitos étnicos, uma guerra civil em 1992 e anos de corrupção generalizada e má administração.
Atualmente, a grande maioria da população vive abaixo da linha de pobreza.

Qual é a posição da Rússia?
Shevardnadze havia tentado até recentemente se distanciar da influência da Rússia.
A relação entre os dois países tem sido tensa. Os dois governos têm tido confrontos por causa do apoio russo aos separatistas de Abkházia e por causa da presença de rebeldes chechenos em Pankisi Gorge, que fica na Geórgia, perto da fronteira com a Chechênia.
Mas a aproximação de Shevardnadze com Abashidze, que é pró-Rússia e foi seu oponente no passado, sugere que o presidente está tentando arrastar Moscou para uma crise que ele não tem conseguido resolver sozinho.
Há duas semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ajudar Shevardnadze da maneira que pudesse.
Ele chegou a mandar o ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, para mediar as negociações na Geórgia.

Qual é a importância estratégica da Geórgia?
Com a Rússia ao norte e a Turquia e o Irã ao sul, a região sul do Cáucaso tem sido um campo de batalhas entre impérios, religiões e ideologias.
Mas, agora, também é uma fonte de preocupações para os Estados Unidos. O governo americano investiu politicamente e financeiramente no oleoduto que passa por Baku, Tbilisi e Ceyhan e que levará petróleo extraído do Mar Cáspio, no Azerbaijão, até a costa mediterrânea da Turquia.
É uma fonte de energia com potencial imenso caso haja ainda mais instabilidade no Oriente Médio.
Durante anos, o governo americano viu Shevardnadze como o responsável por levar estabilidade e democracia à região e procurou ajudar financeiramente o país depois da independência.
A Geórgia se tornou o segundo maior receptor de ajuda financeira per capita dos Estados Unidos, ficando atrás apenas de Israel.
Mas, agora, Shevardnadze estava sendo visto como um líder fraco que não era capaz de garantir um futuro melhor para o seu país.
As irregularidades nas eleições parlamentares podem ter sido a gota d'água para os Estados Unidos. O departamento de Estado americano disse estar "profundamente decepcionado" com a liderança de Shevardnadze

Deficit e Pacto de Estabilidade: doze questões 

Le Figaro

1 La zone euro peut-elle se passer du pacte de stabilité?
Entériné en juin 1997, le pacte de stabilité et de croissance est le règlement de copropriété des Etats membres de la zone euro. Le texte fixe les règles de bonne gestion. La principale obligation est que le déficit consolidé de l'Etat, de la Sécurité sociale et des collectivités locales ne dépasse pas 3 % du PIB. En cas de dérapage, une série de dispositifs est prévue pour amener les pays à assainir leurs finances publiques. A l'extrême, les contrevenants peuvent se voir infliger une amende.
Les Etats de la zone euro partagent la même monnaie et, via la Banque centrale européenne (BCE), la même politique monétaire, mais ils restent souverains en matière de politique budgétaire. A défaut de coordination supranationale, une loi commune impose à chacun une discipline minimale. Si un Etat décidait unilatéralement de laisser filer son déficit au risque de déclencher une hausse des prix, la BCE chargée de maîtriser l'inflation pourrait relever ses taux d'intérêt, un handicap subi par tous les autres partenaires. Outil de cohésion indispensable, le pacte permet d'éviter ce cavalier seul.

2 Si le pacte meurt, par quoi et comment le remplacer?
Chaque mois apporte son lot de rapports fracassants sur la manière d'amender, voire de remplacer, le pacte. Dans sa forme actuelle, il est déjà caduc puisque ni Paris ni Berlin ne le respectent plus. On reproche à l'actuelle version d'être trop rigide, d'imposer une politique restrictive en pleine stagnation, de n'être pas assez exigeant en période faste, d'être parfois ambiguë dans ses dispositions. Pour remédier à ces imperfections, les idées ne manquent pas. Les uns proposent de retirer du calcul du déficit l'investissement ou des dépenses de défense afin de rendre la règle du 3 % moins contraignante. D'autres veulent retenir le seul concept de «déficit structurel», c'est-à-dire corrigé des effets conjoncturels. D'autres encore préconisent de davantage suivre la dette publique. A chaque fois, il s'agit donc de rédiger un autre pacte, tant l'actuel texte menace d'être inopérant à force d'interprétations multiples. Il paraît toutefois délicat de le réformer «à chaud». Comme le note Jean-Luc Tavernier, directeur de la prévision à Bercy, modifier les règles «au moment où elles posent des problèmes à certains pays, et même si c'est pour les améliorer, pose un problème de crédibilité pour les règles futures».

3 Et l'euro peut-il y survivre?
L'euro doit survivre, répondent les banquiers et les entreprises qui ont pris l'habitude de se financer sur le marché des obligations en euros. La naissance de la monnaie unique a immédiatement suscité des émissions «jumbos», qui ont diminué la dépendance des sociétés européennes à l'égard des financements en dollars. Parallèlement, l'euro a accéléré le processus de rapprochement des marchés boursiers au sein d'Euronext, même si beaucoup reste à faire pour faciliter la circulation des capitaux boursiers. L'euro a aussi sensiblement réduit le risque de change auquel s'exposent les nombreuses entreprises exportatrices. Leur activité sur une grande partie du Vieux Continent est aujourd'hui immunisée contre ce risque. Un avantage que souligne bien la chute actuelle du dollar. Opérateurs de marché, chefs d'entreprise et financiers estiment que la survie de l'euro n'est pas un sujet. En revanche, son cours ainsi que les taux d'intérêt européens porteraient les traces d'une crise profonde de l'Europe.

4 Que reproche la Commission européenne à l'Allemagne et à la France?
En dépit d'un précédent avertissement formulé par les Quinze au premier semestre 2003, ces deux pays accuseront un déficit public supérieur à 3 % du PIB en 2004. Dans ce cas, le traité d'Amsterdam sur le pacte de stabilité impose à la Commission de proposer au Conseil des nouvelles recommandations –Ždémarche effectuée aujourd'hui et demain. La première recommandation vise simplement à constater que Paris et Berlin ne tiendront pas leurs engagements l'an prochain. La seconde préconise des remèdes destinés à mettre fin à la procédure de «déficit excessif». Ainsi, la France et l'Allemagne sont autorisées à attendre 2005 pour respecter formellement les critères du pacte. En contrepartie, elles doivent réaliser des économies supplémentaires dès 2004. Leur déficit structurel doit baisser respectivement de 1 % et 0,8 % du PIB. Ce qui représente, selon la Commission, respectivement 6 et 5,5 milliards d'euros. Par ailleurs, dans les deux ans qui viennent, les deux pays seront placés sous tutelle de leurs pairs et obligés de rendre des rapports réguliers sur l'état de leurs finances publiques.

5 Bruxelles demande-t-elle l'impossible en matière de déficit?
C'est le principal point d'achoppement entre la commission, d'une part, et la France et l'Allemagne, d'autre part. Pour le commissaire Pedro Solbes, relayé par le vice-président de la Banque centrale allemande, la recommandation «ne va pas au-delà de ce que leur économie peut supporter sans dommage, compte tenu notamment de la reprise qui s'annonce». Réponse d'un diplomate français: «Il est illusoire de prétendre nous forcer à faire des choses qui sont impossibles.» Paris et Berlin opposent à Bruxelles des arguments politiques: le pacte, font-ils remarquer en chœur, a été qualifié dans les traités «de stabilité et de croissance». Or, selon eux, ce second terme serait négligé par la Commission. «Le véritable problème n'est pas le respect des règles du pacte stricto sensu, mais de sortir de cette période de stagnation», considère le ministre des Finances allemand, Hans Eichel. La Commission rejette ce raisonnement à coloration keynésienne: la politique budgétaire expansionniste conduite par l'Allemagne entre 1999 et 2002, explique-t-elle, s'est accompagnée par une augmentation de 3 % du taux d'épargne privée. Paris et Berlin sont par ailleurs victimes de contraintes politiques intérieures. Pour ne pas courir le risque d'ouvrir un nouveau front social après l'épisode tumultueux des retraites, le gouvernement Raffarin a préféré reporter de quelques mois son projet de réforme de l'assurance-maladie. Pour sa part, Gerhard Schröder craint que son programme de réformes (agenda 2010), s'il devait être durci à cause du pacte, ne soit rejeté par sa fragile coalition parlementaire. Au risque de faire chuter son gouvernement.

6 Les menaces de sanctions sont-elles réelles?
«Aussi longtemps qu'un Etat membre ne se conforme pas» à la décision prise par le Conseil, ce dernier peut déclencher l'étape des sanctions. Elles peuvent prendre différentes formes, comme un ralentissement ou un arrêt des prêts consentis par la Banque européenne d'investissement ou un dépôt financier compris entre 0,2 % et 0,5 % du PIB. Ce dépôt n'étant convertible en amende qu'au bout de deux ans, la sanction est d'abord symbolique. Ces «sanctions ne doivent s'appliquer qu'aux seuls pays qui ne coopèrent pas», estime Hans Eichel, ce qui n'est pas le cas, selon lui, de l'Allemagne et de la France. «Cette notion de pays coopératifs et non coopératifs n'a pas de fondement juridique», rétorque Pedro Solbes. «Nous ne proposons pas des sanctions, précisait-il dans une tribune accordée le 19 novembre au Figaro, mais celles-ci doivent rester une perspective crédible en cas de non-respect du système.» Implicitement, donc, les protagonistes assimilent les sanctions à la menace nucléaire.

7 Francis Mer peut-il faire fi des exigences européennes?
Toute la stratégie du ministre des Finances consiste à ménager la chèvre et le chou. Francis Mer répète qu'à défaut d'en respecter la lettre il entend suivre l'esprit du pacte. C'est-à-dire reprendre le contrôle des finances publiques, mais à un rythme plus lent que souhaité par Bruxelles. Il s'agit, notamment, de ne pas abandonner les promesses électorales de baisses d'impôt sur fond de reprise annoncée. «Nous considérons, avec le gouvernement allemand, que les efforts déjà demandés ont été accomplis dans le respect de l'esprit du pacte, et qu'il n'est pas souhaitable d'aller au-delà si cela doit pénaliser une croissance encore fragile», a tranché Francis Mer. Mais cette intransigeance s'accompagne de signes d'ouverture. Car tourner le dos au pacte reviendrait à ouvrir une crise grave au sein de l'Union européenne. Or Paris ne veut pas porter cette responsabilité. Tout l'enjeu est de savoir jusqu'où le gouvernement Raffarin peut aller dans l'interprétation des règles sans trop ébranler l'euro, ni provoquer la colère des Etats les plus vertueux.

8 Comment vraiment réduire le déficit?
Il ne faut pas attendre la croissance, son retour est trop incertain, après une année 2003 en progression de 0,2 %. La réduction du déficit ne peut passer que par les réformes structurelles. En France, la réforme des retraites est engagée, le chantier de l'assurance-maladie est lancé et la modernisation de l'Etat avance à petits pas. A terme, l'objectif de ces réformes est de contenir le déficit de la Sécurité sociale (il se creuse chaque année de 2 milliards) et de contrôler les dépenses de l'Etat. Le budget de certains pays a de quoi faire pâlir d'envie Paris et Berlin. Grâce à une réforme engagée en début d'année – et à l'adoption de la monnaie unique –, la Finlande peut se vanter de baisser les impôts de 775 millions d'euros, tout en affichant un excédent budgétaire de 2,3 % en 2003. En Suède, la réforme budgétaire fait aussi figure de modèle. Les comptes publics sont passés d'un déficit de 12 % du PIB en 1993 à un excédent substantiel en 2000. Indispensables, les réformes structurelles ont un défaut: il faut plusieurs années pour qu'elles portent leurs fruits. Or les exigences de Bruxelles sont pour demain. La Commission attend de la France qu'elle accentue la baisse du déficit dès 2004.

9 N'est-il pas dangereux d'aller trop vite?
Réduire le déficit dans l'urgence comporte un risque: freiner la reprise. Car, pour renflouer ses caisses, l'Etat devrait, entre autres, réduire ses dépenses ou augmenter les impôts. L'effet psychologique serait néfaste sur le moral des ménages et aurait un impact négatif sur la consommation, moteur de la croissance. Bien qu'affaiblies, les dépenses des ménages ont résisté cette fin d'année, mais il en faudrait peu pour qu'elles replongent. Tout le monde n'est cependant pas d'accord avec ce point de vue.

Pour le ministre des Finances néerlandais, qui a présenté un budget 2004 d'une austérité sans précédent – réduction des salaires des fonctionnaires, baisse des prestations sociales et hausse des impôts pour ramener le déficit à 2,4 % du PIB –, la politique de la France est inacceptable. Mais la rigueur n'est pas sans danger. Au Portugal, le ministre des Finances, Manuela Ferreira Leite, se dit «obsédée» par la réduction du déficit. Du coup, le pays est en récession (– 1,1 % en 2003). Le gouvernement a quand même pu éviter la hausse des impôts, comptant sur les recettes extraordinaires, tels la vente du réseau de téléphonie fixe en 2002 ou le rétablissement de péages autoroutiers.

10 Pourquoi la Banque centrale européenne (BCE) défend-elle le pacte?
Trois jours avant l'Ecofin, le nouveau président de la BCE, Jean-Claude Trichet, est monté au créneau pour mettre en garde les pays tentés par le «laxisme budgétaire».Une démarche logique puisque la banque gère la politique monétaire de la zone euro et son mandat principal est la stabilité des prix. Du coup, son raisonnement est le suivant: les déficits provoquent une augmentation de la quantité d'argent mis en circulation dans l'économie, facteur d'inflation. Face à ce phénomène, la banque se voit contrainte d'augmenter le loyer de l'argent, au risque d'étouffer la croissance. Avec la poursuite du creusement des déficits, «il sera plus difficile pour la politique monétaire de garantir sur la durée la stabilité des prix tout en conservant des taux d'intérêt à un faible niveau», a ainsi averti Jean-Claude Trichet.

11 Les petits pays peuvent-ils imposer la vertu aux grands?
En soutenant contre vents et marées les recommandations de la Commission, évoquant même la possibilité de sanctions, l'Autriche et les Pays-Bas sont restés jusqu'ici isolés. Arithmétiquement, les petits pays disposent de moins de voix que les grands. Or, pour être votée, chacune des deux recommandations doit être approuvée à la majorité des deux tiers. La première met aux prises quatorze pays (les Quinze de l'UE moins le pays visé), la seconde seulement onze (les douze de la zone euro moins le pays visé). Dans cet équilibre des pouvoirs, déterminé par le poids démographique des Etats, l'Italie, avec dix voix, se retrouve en position charnière. Or, son attitude est incertaine. Pour éviter une situation de crise, certains diplomates préféreraient que les ministres esquivent un vote formel. La Commission, à l'inverse, juge cette étape indispensable.

12 La Commission sert-elle à quelque chose?
Bruxelles propose, les ministres disposent. Ce principe institutionnel, qui prévaut dans la politique de l'Union européenne, s'applique aussi en matière de déficit public. Et le rapport de forces qui s'est instauré depuis quelques jours entre l'exécutif européen et le gouvernement allemand ne doit pas faire illusion. Si les ministres des Finances décident de ne pas «sanctionner» la France et l'Allemagne, la Commission sera forcée de s'incliner.

Officiellement, chacune des deux parties envisage un tel scénario: Bruxelles se drape dans sa dignité de «gardienne des traités», au risque de se faire taxer de juriste tatillon par les Etats. Ces derniers s'affichent au contraire en «responsables politiques», se faisant reprocher par l'exécutif européen de renier les traités qu'ils ont pourtant signés. Aucune des parties n'a intérêt à épouser cette posture. Ce qui pourrait faciliter l'instauration d'un compromis, en vertu duquel les termes de la recommandation proposée par la Commission seraient négociés et acceptés par Pedro Solbes. Ce compromis reste encore hypothétique.

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